Carrasco corintiano, Finazzi propõe trégua a Mano Menezes
Finazzi acabara de colocar os pés dentro de campo quando Jucilei acertou forte chute de fora da área e abriu o placar para o Corinthians, no Moisés Lucarelli, contra a Ponte Preta na quarta-feira. Nem o gol desanimador e nem a série corintiana de 28 jogos de invencibilidade no Campeonato Paulista brecaram o centroavante, artífice da virada pontepretana.
Primeiro, foi tolamente derrubado na área por Escudero, em pênalti convertido por Fabiano Gadelha. Logo em seguida, esbanjou experiência no posicionamento e frieza na conclusão, naquele que foi o gol da vitória da Ponte Preta.
Na manhã seguinte ao dia de herói, Finazzi atendeu o Terra para falar da grande atuação e, claro, da forma conturbada que deixou o Parque São Jorge em meados de 2008. Disse não guardar mágoas de ninguém, nem mesmo do treinador Mano Menezes. A ele, inclusive, admitiu uma certa trégua.
Confira a entrevista com Finazzi na íntegra:
Terra - Você entrou durante a partida e mudou o cenário. Como analisa sua atuação?
Finazzi - As pessoas só analisam centroavante por gols marcados. Às vezes você faz boa partida e não faz gol, o pessoal não olha bem. Se faz gol, todos ficam contentes, e eu me cobro porque quero fazer os dois. Ontem participei de lances importantes, o que me deixou muito contente. Eu estava precisando e incomodado por não ter feito gol.
Terra - Qual foi o sabor pelos gols marcados?
Finazzi - Sendo bem sincero, não senti nada de vingança. Guardo ótimas recordações do Corinthians, adorei ter passado por lá e a torcida sempre fala muito bem de mim. Foi um gosto especial pelo meu momento, contra um time grande, pela repercussão boa. Me dá mais confiança para os outros jogos.
Terra - Do Mano Menezes você guarda mágoas?
Finazzi - O que aconteceu é uma coisa normal do futebol. Até hoje eu só não falei com ele porque não sei se ele teria vontade de me cumprimentar, se acharia ruim. Foi um mal entendido na época e tudo está bem superado, independente de eu ter feito o gol ou não.
Terra - Então não tem mágoa nenhuma da sua parte?
Finazzi - Não! Na época, me perguntaram sobre o assunto (se os jogadores do empresário de Mano Menezes tinham mais chances no clube) e eu falei que não sabia, me omiti. Disse que esperava que isso fosse mentira. Mas ele achou que eu deveria ter respondido de outra forma, só que eu não quis opinar. Não tenho como falar sobre algo que eu não sei.
Terra - Mas você está processando o Corinthians por pagamento de direitos de imagem, procede?
Finazzi - Depois que saí do clube, fui saber que tinha direito a receber um dinheiro. Entrei contra o Corinthians, em que tenho muitos amigos, e também contra o São Caetano. Sempre me pagaram os salários corretamente, mas só reivindico o que tenho direito, até porque comecei tarde como jogador e não tenho uma situação financeira tranquila. Isso pra mim faz diferença e para os clubes é insignificante.
Terra - Você completa 37 anos em 2010. Pensa em atuar mais quanto tempo?
Finazzi - Quando eu era mais novo, queria jogar até os 37. Mas ainda me sinto bem física e clinicamente. Então se tiver um ano bom em 2010, posso prolongar.
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