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Cidades/Geral
Quinta - 04 de Fevereiro de 2010 às 07:35
Por: Caroline Lanhi

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Mato Grosso registrou quase 4 mil casos de dengue em apenas uma semana. Já são 9.209 notificações este ano. O total de casos representa um aumento de 728,89% de notificações da doença se comparado ao mesmo período de 2009.

Os números divulgados pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES) também revelam que 264 casos graves de dengue foram notificados e 11 pessoas morreram, sendo 5 óbitos confirmados e 6 sob investigação. Só em Cuiabá, foram registrados 805 casos, com 59 notificações do tipo grave. No município vizinho, Várzea Grande, as notificações de dengue chegam a 576. Entre elas, 40 casos graves e 4 óbitos. De acordo com a SES, essas estatísticas colocam Mato Grosso em alerta para risco de epidemia

Depois de sobrevoar Cuiabá e Várzea Grande e identificar inúmeros pontos propícios para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, afirmou que, entre as frentes de trabalho de combate à doença, o Estado vai investir na mudança de comportamento da população mato-grossense.

Tal necessidade é percebida pelos moradores dos bairros Parque Paiaguás 3 e El Dorado, em Várzea Grande, onde os técnicos encontraram muitas caixas d"água descobertas e terrenos baldios com acúmulo de lixo. Talita Estefali, 21, mora no Parque Paiaguás 3 há 12 anos e garante que a situação de descaso por parte da comunidade tem piorado ano a ano.

Exemplo disso é o que acontece na rua Otíbia, onde existe um terreno baldio com uma enorme "poça d"água permanente" que acaba juntando lixo e sendo o local adequado para o proliferação do mosquito Aedes aegypit. Segundo alguns moradores, o dono da propriedade disse que não se importa com a situação e afirmou que não vai limpar o terreno, a não ser que alguém compre e limpe.

Para piorar, no bairro Parque Paiaguás 3 existe uma seletora de lixo que, em vez de organizar a chegada e a saída dos caminhões, acaba espalhando plásticos, papéis e restos de alimentos pela rua a medida que o material entra e sai da seletora. A comunidade também reclama de um grande depósito de ferro velho que existe nos fundos do bairros. "Já denunciamos esse sucatão e a poça d"água à prefeitura, mas até agora ninguém veio aqui verificar o problema", ressalta a dona de casa Loide Machado, 45.

Além da falta de conscientização de parte da população, o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, explica que o aumento das notificações de casos de dengue se deve também à regularidade das chuvas, visto que nos últimos anos o período chuvoso no Estado foi marcado por estiagem fora de época.

Para tentar reverter a situação, Moro garante que o combate ao mosquito deve vai incluir a retirada dos bolsões de lixo e reforço no serviço de borrifação com a compra de mais de 300 bombas costais e 9 caminhonetes. Na luta contra o mosquito, as cidades mato-grossenses também deverão receber um investimento de R$ 1,2 milhão do Ministério da Saúde e do Estado, que será rateado entre os gestores para aplicação no serviço de combate à dengue.





Fonte: A Gazeta

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