Fiel a Maggi, Silval quer mudar estrutura, mas posterga decisão
Silval Barbosa, que assume a cadeira de governador em 31 de março, está resistente em antecipar nomes de futuros secretários. Já avisou que não vai aceitar interferência do seu PMDB, tanto que o deputado e cacique do partido Carlos Bezerra nem se arriscou a apresentar uma lista de "notáveis" do partido que estão de olho em cargos de primeiro e segundo escalões. A maior pressão vem do PP dos deputados José Riva e Pedro Henry. A direção progressista já avisou que pode até fechar composição para apoiar a candidatura de Silval à sucessão estadual, mas não abre mão de indicar um novo secretário de Meio Ambiente. Quer, por tudo, a queda de Luís Henrique Daldegan, que se vê apreensivo com essa situação porque o desejo de Silval é mantê-lo no cargo.
O vice-governador, que assumiu provisoriamente por nove vezes o comando do Estado nestes últimos três anos, não toma nenhuma decisão administrativa sem, antes, consultar Blairo Maggi. Ele pensa, por exemplo, em fundir algumas secretarias, com mudança de estrutura, mas posterga qualquer discussão nesse sentido para evitar conflitos com Maggi, afinal, o peemedebista ainda não é o chefe do Executivo. Silval se mostra ponderado até nos discursos. Seu maior esforço é para preservar o que costuma chamar de lealdade para com Maggi, que se transformou em seu principal cabo eleitoral. Seu desafio é manter o mesmo ritmo da atual administração e reconquistar o mandato com discurso da "continuidade" de um governo prestes a completar oito anos. Tem como possíveis adversários o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB), o empresário Mauro Mendes (PSB) e o senador Jayme Campos (DEM).
Silval é bacharel em Direito e empresário. Começou na vida pública há 18 anos, quando se elegeu prefeito de Matupá (a 695 km ao Norte de Cuiabá), município que surgiu com a abertura da rodovia Cuiabá-Santarém. Ele participou do processo de colonização de outras cidades, como Guarantã do Norte, Itauba, Marcelândia, Novo Mundo e Peixoto de Azevedo.
Ainda pelo PTB, chega à cadeira de deputado estadual em 98 e se reelege, em 2002, pelo PMDB. Exerce os cargos de primeiro-secretário e de presidente da Assembleia. No pleito de 2006, sai das urnas como vice-governador. Agora, vai assumir o Paiaguás já pensando na reeleição e não quer nem saber de ressuscitar o velho discurso de divisão territorial de Mato Grosso.
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