Obama deve vir ao Brasil em 2010 assinar cooperação comercial
A Folha já havia confirmado que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, visitará o Brasil neste ano. A informação foi confirmada pelo embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, em conversa com o chanceler brasileiro, Celso Amorim. Nesta quinta-feira (4), Shannon entrega as credenciais de embaixador a Lula.
Ontem (1º), o governo Obama fez uma cerimônia de confirmação de Shannon no cargo, na prédio do Departamento de Estado, em Washington. Essa solenidade reuniu cerca de 300 pessoas entre parlamentares, representantes do governo e diplomatas.
No discurso, Hillary destacou o papel do Brasil. Segundo a secretaria de Estado, o presidente Lula exerce um papel de liderança regional na América Latina. Hillary ressaltou que o governo Lula participa de principais negociações internacionais, sem se esquivar de tema algum. Para ela, os destaques da atuação brasileira se devem às discussões sobre clima e energia.
De acordo com informações da Agência Brasil, em sua visita, Hillary irá definir os termos do acordo de cooperação que deverá se basear na consolidação de um mecanismo de consulta para promover o comércio e investimentos. O documento não irá acabar com as tarifas nem as barreiras comerciais, mas servirá de instrumento de facilitação de negociações bilaterais.
Histórico
Depois de um bom começo na relação entre Obama e Lula, iniciado pela visita do brasileiro a Washington em março passado e embalado por elogios públicos do norte-americano, os dois líderes viram seus interesses e posições se chocarem.
Divergências mais gerais, como as em relação a metas climáticas e negociações do comércio exterior, foram engrossadas por episódios pontuais, como a ampliação da presença americana nas bases militares colombianas e a decisão de Lula de receber Ahmadinejad.
No auge da tensão, Obama escreveu uma carta ao brasileiro, e o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse haver "um certo sabor de decepção que queremos que seja revertido" sobre as posições americanas. Antes, Amorim cobrara "maior franqueza" dos EUA com a região.
Agora, os dois países tentam retomar o clima de entendimento inicial. Contam com o fato de os postos principais nas respectivas embaixadas estarem finalmente ocupados. Shannon chegou a Brasília na semana passada, depois de sete meses de espera causada por disputas políticas internas entre democratas e republicanos.
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