Reduz casos de Hanseníase em Mato Grosso
O Estado de Mato Grosso tem registrado redução de casos de hanseníase. No mês de janeiro foram intensificadas as ações de enfrentamento da doença e traçado planos estratégicos a serem adotados durante o ano de 2010.
O secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, comentou sobre o êxito do Estado na redução dos casos visto que Mato Grosso permaneceu décadas no primeiro ranking de casos do País. Hoje com a notificação de 2.275 casos novos, significando queda no ranking nacional, não mais ficando em primeiro agora em quinto, se deve ao trabalho dos profissionais da área de Saúde e acima de tudo, as parcerias que o Estado tem cito: a Pastoral da Saúde, da Igreja Católica, Família e Juventude, as Igrejas Evangélicas, ONGs, Associação Alemã de Controle da Hanseníase e da Tuberculose Dahw, familiares dos pacientes e sociedade.
Na última sexta-feira (29.01), a Secretaria de Estado de Saúde promoveu mais uma ação e compartilhou os índices de Mato Grosso com os pacientes, ex-pacientes e familiares, que na visão do coordenador estadual do Programa de Controle de Hanseníase, Cícero Fraga de Melo, a participação dos profissionais da Saúde e a integração da família que tem um paciente portador da hanseníase é que chegamos aos nossos objetivos na promoção da cura. A ação ocorreu na quadra de esportes do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac).
Palestras com os temas: o que é a Hanseníase, Direitos e Deveres do paciente de hanseníase, Benefícios aos pacientes de Hanseníase e trâmites para entrada no INSS e Combate ao preconceito da Hanseníase, foram alguns dos assuntos apresentados no I Encontro. Mesas-redondas, debates e apresentações culturais também fizeram parte da programação, além da distribuição de folders e materiais explicativos.
Alzira Rodrigues dos Santos, 56 anos foi uma das participantes. Ela representa em Mato Grosso a ONG IDEA que trabalha no intuito de cada vez mais levar os conhecimentos necessários a toda população sobre a Hanseníase, além principalmente de trabalhar com o foco voltado ao preconceito ainda latente entre as pessoas.
Alzira Rodrigues contou que hoje, graças ao tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde ela obteve a cura. É importante observar que as equipes são altamente capacitadas de forma a diagnosticar precocemente os pacientes para que todos consigam êxito no acompanhamento. “A ONG IDEA é formada por pessoas portadoras e ex-portadoras da Hanseníase. Trabalhamos de forma incansável a acabar com o estigma de que pessoas com hanseníase devem ficar isoladas, sendo que o fator principal é o apoio moral, social e familiar”, disse ela. Alzira ressalta ainda outra preocupação. A pessoa com hanseníase deve aceitar e assumir, pois antes quem tinha a doença era considerado um coitado, porém hoje com o tratamento ofertado na Saúde Pública, os portadores devem se considerar iguais a qualquer outra pessoa.
Sérgio Guimarães, 36 anos, hoje já curado da doença, ele conta que pela falta de informação, demorou um pouco pra descobrir que tinha a Hanseníase, por isso, conforme declarações, ele considera de suma importância atividades como essa promovida pelo estado para levar informação ao maior número possível de pessoas. “Hoje também trabalho numa ONG, pois sei o quanto é necessário essa ajuda a pessoas mais carentes de conhecimentos nesta grande luta de combate e controle da Hanseníase”, declarou.
Benedita da Silva Amorim, 38 anos descobriu a doença há pouco mais de 01 ano. Ela que está em tratamento, garante há necessidade de atividades de mobilização de forma a conscientizar e trabalhar ainda mais o preconceito. “Eu sinto na pele a discriminação das pessoas, mais graças a Deus conto com o apoio da minha família neste momento”, destacou ela.
DADOS - Segundo dados parciais divulgados pela Superintendência de Vigilância em Saúde o número de novos casos de Hanseníase em Mato Grosso, em 2009, foi de 2.275, com uma taxa de 73.0% de cura ocupando o quinto lugar no ranking de estados que mais notificaram a doença, no ano.
Os 10 primeiros estados no ranking são: Pará (3.419), Maranhão (3.303), Pernambuco (2.584), Bahia (2.285), Mato Grosso (2.275), Goiás (1.891), Ceará (1.815), São Paulo (1.521), Minas Gerais (1.441) e Tocantins (1.063).
“Uma série histórica, de 2006 a 2009, mostra que os números da Hanseníase vêm caindo paulatinamente nos últimos anos em Mato Grosso. Em 2006 tivemos 3.169 casos novos da doença no estado. Em 2007 esse número caiu para 3.008 e em 2008 foi de 2.688”, explicou o coordenador estadual.
Ele ressaltou que a doença, por se constituir num problema de saúde pública, foi incluída na lista de prioridades do Ministério da Saúde, fortalecendo a atuação do Programa Nacional de Combate à Hanseníase.
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