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Agronegócios
Quinta - 09 de Janeiro de 2014 às 12:56

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A irregularidade das chuvas, aliada ao solo frágil, com baixo teor de adubação, provoca um alto índice de nematóides em uma propriedade de Alto Garças, 357 quilômetros ao sul de Mato Grosso. E a doença está comprometendo o desenvolvimento das variedades de soja do ciclo médio. Preocupados, os produtores estão procurando alternativas para tentar evitar mais problemas. 

As máquinas já deram a largada para a colheita da safra 2013/14 em muitas regiões de Mato Grosso. As variedades precoce e superprecoce estão sendo colhidas, e há outras de ciclo médio e mais tardio em muitas partes do Estado, dessecadas para o ponto da colheita. Mas enquanto alguns comemoram bons resultados, outros enfrentam uma situação preocupante: na região de Alto Garças, a má qualidade do solo e o clima seco têm tirado o sono de muitos produtores. A maioria das áreas possui um solo arenoso e a falta de umidade gera transtornos. Nesta safra, a chuva na região está bem localizada e em quantidade incapaz de suprir as necessidades. 

“Aqui o principal problema é a textura, é um solo bastante arenoso, com apenas 10% de argila. O problema de falta de água aqui é vidente, então qualquer veranico de uma semana, dez dias, causa impacto em termos da produtividade da soja”, afirma o engenheiro agrônomo Tiago Hinnah. 

As plantas refletem a falta da chuva. O estresse hídrico é inevitável, e a cada dia aumenta a chance da diminuição da propriedade. Além disso, o clima seco vem favorecendo um outro inimigo das plantas: o nematóide, que gera muitos prejuízos. 

“O principal é o nematóide pratylenkos. Tem nematóide de galha, tem nematóide de cisto, mas o principal é o pratylenkos. O ataque dele é direcionado na raiz e isso aí impacta em absorção de água e de nutrientes por parte da planta e danifica toda a estrutura e a produtividade fica comprometida”, explica o engenheiro. 

No caso do nematóide de cisto, “você consegue controlar porque existe material resistente a algumas raças dele, e com o sistema de rotação de cultura, no caso do pratylenkos não, não há material resistente. Então você só consegue amenizar com rotação entre crotalária”, explica o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann. 

Orientação que o produtor Rudolph Aernoudts seguiu à risca. Ele cultiva oito mil hectares de soja em duas propriedades em Alto Garças, dos quais cinco mil estão em solo arenoso. A Fazenda Alegria teve de passar por uma transformação: “Esse trabalho que a gente vem plantando hoje, agricultura de precisão em toda a área, braquiária para semente, braquiária com o gado em cima, seguramos a palhada. Na colheita não tiramos a palhada, deixando ela em cima, e tentamos incorporar o máximo de matéria orgânica no solo”, conta o produtor. 

“É um trabalho que deveria ser adotado por todo o produtor que se estabelece em solo de textura arenosa. Não fazer o monocultivo, soja, milho safrinha, soja, milho safrinha, isso aí não tem muita sustentação. No caso aqui presente ele vai ter uma sustentação muito mais viável, no sistema que ele está adotando: a braquiária normal como uma fonte de matéria orgânica”, Lantmann. 

A troca da monocultura pela rotação de culturas, aliada à integração lavoura-pecuária, ajudou muito na receita da propriedade e, de lá para cá, a lavoura tem tido bons resultados. “Hoje de braquiária bruta, nós conseguimos em torno de R$ 6 mil por hectare. A outra braquiária com o gado, aí liquida, nós conseguimos uns mil reais por hectare, e aí falando de soja, nós estamos colhendo em torno de 45 a 50 sacas por hectare”, calcula o produtor Rudolph Aernoudts. 

Ele adotou o mesmo sistema também nas áreas com solo argiloso. A estimativa é de um aumento na produtividade. 

“A São Jerônimo possui 2,2 mil hectares. A expectativa de soja é de 60 sacas de soja por hectare. Uma área está com algodão. Estamos colhendo 300 arrobas de plumas por hectare, e onde não é algodão vem safrinha de milho em tudo”, explica. 





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