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Economia
Terça - 02 de Fevereiro de 2010 às 02:44
Por: Steffanie Schmidt

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Nos supermercados preço do produto não teve redução
Nos supermercados preço do produto não teve redução

O início de ano não tem sido promissor para os produtores de leite em Mato Grosso. O preço médio do produto resfriado no Estado registrou queda de 5,8% no mês de janeiro em comparação com o mesmo período de 2009. No ano passado, esse valor chegou a R$ 0,51/l, enquanto em 2010 o preço repassado ao produtor ficou em R$ 0,48. Os dados são do Instituto do Leite, Pesquisa, Consultoria e Eventos de Mato Grosso (ILP-MT) e referem-se ao preço sem a inclusão de frete e encargos.

Em todo Estado, produtores estão em busca de soluções para a questão. Os pecuaristas articulam para a próxima a semana uma reunião com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Famato, Alessandro Cadastro, na região Oeste do Estado, tem produtor que chegou a receber, em janeiro, R$ 0,38/l referente à produção de dezembro.

"Reunimos 300 produtores da região no sábado (30) e estamos dispostos a conversar com os representantes das indústrias em busca de solução". A região compreendida pelos municípios de São José dos Quatro Marcos, Glória D"Oeste, Mirassol D"Oeste, Curvelândia, Porto Esperidião e Lambari D"Oeste, é responsável pelo abastecimento de 690 mil litros de leite por dia, 33,9% da produção estadual, de 2,033 milhões/l diários.

Até o mês de setembro do ano passado, o valor médio pago era de R$ 0,70/l, segundo Cadastro. A queda no preço repassado ao produtor também é sentida nas gôndolas dos supermercados desde o final do ano. No supermercado Modelo, por exemplo, o produto chegou a custar R$ 1,39 entre novembro e dezembro. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat), Eldor Sontag, a situação é consequência da grande quantidade de leite vinda da Argentina, que entrou no mercado brasileiro a partir de setembro, porque o governo federal reduziu o imposto sobre a importação.

"Isso afetou toda a cadeira de laticínios e criou uma situação esdrúxula no mercado com a queda nos preços. Como a indústria recebe menos, ela também repassa menos aos produtores", avalia Sontag. O grande entrave do setor no Estado, segundo ele, ainda continua sendo a produção, que não consegue atender a demanda das indústrias. "Temos capacidade para trabalhar 3,5 milhões de litros/dia, por isso, atendemos 60% da demanda apenas". Ainda assim, as indústrias instaladas em Mato Grosso apresentaram crescimento de 5% na planta e 10% na produção em 2009 ante o ano anterior.

De acordo com o gerente de Compras de Perecíveis do Modelo, Valter Yamaguchi, na 3ª e 4ª semanas de janeiro, o preço do produto já começou a subir novamente chegando a custar, em média, R$ 1,79. "Como ainda temos estoque, conseguimos promover dias de oferta em que o litro pode ser comprado por R$ 1,49".





Fonte: A Gazeta

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