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Agronegócios
Domingo - 21 de Julho de 2013 às 23:44

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A pecuária de corte brasileira, para se manter em posição de destaque no mundo, tem como desafio investir em tecnologias que elevem sua produtividade. A constatação não é nova, mas a dificuldade de converter essa recomendação em prática a mantém na pauta das principais discussões mundiais sobre o setor, conforme atestam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, que participaram como representantes do Brasil da 11° Conferência de Ovinos e Bovinos do Agri Benchmark em York, na Inglaterra, em junho. 


 
De acordo com o professor da Esalq/USP e coordenador dos projetos de pecuárias do Cepea, Sergio De Zen, e a analista de mercado do Centro Mariane Crespolini dos Santos, na última década, o preço da carne bovina teve aumentos consideráveis principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil e na Argentina, por exemplo, as altas estiveram ao redor de 150%, enquanto que na China chegaram aos 400%. 


 
Os custos também tiveram elevação, mas em índices menores. No Brasil e na Argentina, o crescimento foi de 100% entre 2005 e 2012. Em países desenvolvidos, como Alemanha, Itália, Reino Unido e outros europeus, o encarecimento da produção se limitou ao intervalo de 10% a 20%. Austrália e Estados Unidos 30% e 50%, respectivamente, dados apresentados na Conferência do Agri Benchmark. 


 
Em valores reais, o custo de produção da carne brasileira ainda é muito competitivo. Em 2012, o custo para se produzir 100 quilos de carcaça na China foi quase três vezes superior ao do Brasil. Na Europa, duas vezes maior e, nos Estados Unidos, uma vez e meia. No entanto, essa vantagem vem diminuindo, sinalização evidente de que é preciso elevar a produtividade do segmento “dentro da porteira”. 


 
Os reajustes de preços acima dos custos provam que a demanda tem avançado em ritmo ainda mais acelerado que a oferta, principalmente em países emergentes, onde a renda tem aumentado de forma mais acentuada. De acordo com De Zen, o mundo precisa cada vez mais de alimentos, e a carne, no Brasil, concorre em área com culturas como cana-de-açúcar, soja e milho. Há 10 anos, o pecuarista não tinha essa limitação nas fronteiras agrícolas e a terra era mais barata. 


 
Paralelamente à concorrência entre culturas, pautada pelas rentabilidades que apresentam, o produtor brasileiro precisa também adequar seus sistemas produtivos à legislação ambiental. Maciçamente, isso representa impossibilidade de abertura de novas áreas e mesmo diminuição do espaço agricultável, nos casos de recomposição de reserva legal e áreas de preservação permanente. 


 
“A equação que tem de um lado a necessidade de se elevar a produção de alimentos e de outro certas restrições de espaço volta a ser solucionada pela via do ganho de produtividade”. Mariane explica que com técnicas como rotação de pastagens e suplementação alimentar bem feita é possível aumentar a produção de carne bovina por área sem elevar muito os custos. (Por Cepea e BeefPoint).





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