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Educação/Vestibular
Segunda - 01 de Fevereiro de 2010 às 09:46
Por: Mariana Mandelli e Luciana Alv

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Para cumprir os compromissos do dia a dia, a nutricionista Rita de Cássia da Conceição, de 44 anos, depende da cooperação de seu pai, da empregada da casa e da escola onde deixa os filhos, Vitor e Pedro, de 6 e 8 anos, na parte da manhã. Os meninos estudam à tarde, mas ficam nessa outra escola no período matutino porque Rita não tem onde deixá-los - ela trabalha das 8 horas às 21 horas.

"De lá, eles vão para o colégio e, no fim do dia, meu pai busca e deixa os dois em casa, porque pago a empregada para ficar até as 22h", conta. O problema de Rita é comum para quem trabalha até tarde e ainda enfrenta obstáculos como trânsito, rodízio e chuvas, que atrasam a vida nas grandes cidades.

O horário de funcionamento das escolas muitas vezes não é compatível com a rotina dos pais. "Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, os pais têm de constituir outra forma de organização familiar", afirma Ida Kublikowski, professora de psicologia clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Segundo ela, cada família deve achar as soluções que melhor se encaixem na rotina. "Normalmente é a mãe que resolve isso."

Sheila Mostaço, por exemplo, largou a carreira de organizadora de eventos, em que às vezes trabalhava até de madrugada, e voltou para a faculdade. Formou-se em Pedagogia e, hoje, quando sua filha Yasmin sai da escola às 17h30, as duas voltam juntas para casa.

Já a dentista Patricia Gemignani, de 29 anos, recorre aos pais. Ela não consegue sair do consultório antes das 20 horas e a escola onde estuda a filha Isabelle, de 4 anos, fecha às 17 horas. "A essa altura da vida, meus pais poderiam viajar e passear, mas acabam abrindo mão disso por minha causa."

Na escola que Elizandra Ariza deixa Arthur, de 1 ano e 2 meses, quem chega atrasado para buscar o filho desembolsa R$ 1 por minuto, para pagar a hora extra das berçaristas. Até agora, ela conseguiu se organizar para chegar até as 18h30. Mas foi preciso uma adaptação. Antes de ser mãe, sair do trabalho às 21 horas era rotina. Hoje, ela entra uma hora antes e também trabalha de casa.

CUSTOS

Diretores de escolas afirmam que os custos de manter a estrutura funcionando até a noite são altos. "Teria de aumentar em 20% meu corpo pedagógico e arcar com alimentação, para atender com qualidade", afirma Wagner Sanchez, diretor do Colégio Módulo, onde as aulas acabam às 17h40.

Algumas escolas, porém, oferecem períodos maiores de permanência. A Villacor, na zona sul, trabalha com o integral estendido, de 13 horas. A maioria dos bebês sai por volta das 20 horas, segundo a diretora pedagógica Rosângela Castilho.





Fonte: AE

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