PSDB confirma Antero ao Senado; Taques fica agora numa saia-justa
Na bolsa de apostas, uns acreditam que Taques deve desistir da composição com o tucanato, mesmo após ter negociado seu ingresso no PPS com o presidente nacional Roberto Freire (PE) e com o governador de São Paulo e presidenciável José Serra (PSDB). Pelo acordo costurado nos bastidores, Taques ingressaria na legenda socialista para concorrer ao Senado numa composição com os tucanos. O grupo já tem amarrado também o PTB e o DEM, embora o senador democrata Jayme Campos continue propagando sua pré-candidatura ao Paiaguás e na esperança de, se vier liderar as pesquisas, ter apoio de Wilson ao Paiaguás.
Há um complicador jurídico na relação de Taques com líderes tucanos regionais. Quando atuava como procurador em Mato Grosso, ele denunciou o então governador Dante de Oliveira, que faleceu em 2006, por atos de improbidade administrativa. Embora essa ação tenha sido arquivada, ficaram resquícios de uma convivência tensa e que pode dificultar uma "liga política". Thelma, viúva de Dante, se apressou em forçar o nome de Antero ao Senado para, no fundo, mandar recado a Taques, que atua hoje em São Paulo e está determinado a abandonar o cargo vitalício para entrar na disputa majoritária. Por outro lado, alguns tucanos entendem que as chapas majoritárias, com Wilson ao Paiaguás e Antero e Taques para o Senado, seriam ideal para contrapor o grupo que apresenta Silval Barbosa (PMDB) à sucessão estadual e, no mesmo palanque, Blairo Maggi à senatória.
"campanha casada"
Aparecido Alves, coordenador das Obras do PAC em Cuiabá e um dos membros da Executiva tucana, confirmou que Antero será lançado ao Senado e que essa foi uma exigência da cúpula nacional. Diz ainda que Taques deve se juntar ao grupo oposicionista à chamada turma da botina, capitaneada pelo governador Maggi. "O Blairo Maggi não tem vaga garantida de senador, não. Vai ter uma oposição forte em cima dele. As vagas para o Senado estão abertas", diz Cido, ao lembrar que, em 2002, o então governador Dante deixou o Paiaguás com a popularidade em alta e foi derrotado para senador. "Dante estava com prestígio alto e perdeu. Ele não tinha naquela época problemas na segurança pública como o Blairo tem hoje, com aumento, por exemplo, dos casos de homicídios", compara Cido, ex-presidente do Intermat na gestão tucana.
"Quem apostar que Blairo tem vaga garantida está morto. O palanque do Blairo vai estar fragilizado", provoca Aparecido Alves. Ele revela que o tucanato trabalha com pesquisas qualitativas e quantitativas sistematicamente. Conta que, as amonstragens mostram que, quando se pergunta ao eleitor se votaria em Wilson se este tiver apoio de Serra, o nome do prefeito cuiabano cresce 4% nas intenções de voto. Já quando se faz a mesma relação de Silval, apoiado pela presidenciável Dilma Rousseff (PT) e por Maggi, o peemedebista não registra um percentual a mais. "Se o Silval não cresce é porque Maggi não transfere voto. Essa relação com as candidaturas nacionais é importante", diz Cido. Na sua avaliação, a hoje senadora Serys se elegeu em 2006 por causa da vinculação com Lula e não motivado por votos de protesto. "Essa turma da botina acha que a gente não trabalha com pesquisas. Eles estão enganados".
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