Ministra começa, aos poucos, a assumir candidatura à Presidência
Gostaria que me escolhessem como sucessora, diz Dilma
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, afirmou nesta sexta-feira que está cada vez mais próxima de assumir, publicamente, a disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionada se já se considera a sucessora, Dilma respondeu:
- Eu acho que o presidente tem de ter um sucessor à altura do governo dele. Eu gostaria muito que me escolhessem como essa sucessora. Não sou hoje [candidata].
A afirmação foi feita logo após ter inaugurado o Gasoduto Paulínia-Jacutinga, em Jacutinga, no extremo sul de Minas Gerais, em cerimônia da Petrobras. Apesar de a pauta do evento ser energia, quase todo discurso de Dilma se voltou à promoção de temas que serão parte da campanha presidencial.
Após ter dito, em agosto passado, que não responderia "nem amarrada" se será ou não candidata à Presidência, a ministra começa agora a assumir aos poucos, que estará na disputa. Dilma conseguiu encaixar até mesmo o assunto das creches e das enchentes na fala, reservando espaço à nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, apelidado de PAC 2.
- Nós vamos dar um salto com o PAC 2.
A ministra da Casa Civil não perdeu a chance de afagar prefeitos mineiros presentes, prometendo a liberação de recursos do PAC 2 para obras de drenagem, minimizando, assim, o risco de alagamentos.
- Que existe chuva, existe. Mas a gente não tem de se conformar.
Dilma também reforçou o tom do discurso social. Ao comentar que o Brasil tem chances de se transformar na quinta maior economia do mundo, a ministra emendou:
- O que nos interessa é transformar o povo em quinta potência.
Sem a companhia de Lula, que está em repouso após uma crise de hipertensão, Dilma tranquilizou os presentes.
- O presidente não é uma pessoa doente.
A ministra brincou, dizendo que, diferentemente do presidente, não pode se dar ao luxo de não fazer caminhadas diárias para prevenir eventuais picos de pressão.
- O presidente pode ficar sem caminhar, fazendo essa agenda, e a pressão dele é 11 por 7.
Dilma disse ter aconselhado Lula a diminuir um pouco o ritmo e evitar emendar uma semana na outra, com a agenda muito intensa.
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