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Economia
Quinta - 28 de Janeiro de 2010 às 15:21
Por: Giuliana Vallone

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Com o crescimento acelerado esperado para a economia neste ano, o Bradesco espera ver suas operações de crédito crescerem entre 21% e 25% em 2010. E, ao contrário do que foi visto ao longo de 2009, a expansão das operações será puxada pelos empréstimos às empresas.

Em balanço divulgado nesta quinta-feira, o vice-presidente financeiro do banco, Domingos de Abreu, afirmou que o crédito para as pessoas jurídicas deve registrar alta de 25% a 29% no período, contra faixa de 16% a 20% para as pessoas físicas.

"2010 será um ano de crescimento acelerado, o que faz com que a empresa tenha necessidade maior de investimento e de capital de giro. O motor de crescimento em um primeiro momento foi o consumo, agora, em 2010, será o investimento", afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas. A previsão do banco para o crescimento do PIB neste ano é de 6%.

Por produtos, a expectativa é de que o crédito para veículos cresça entre 10% e 14%, enquanto os financiamentos para cartões devem ter aumento entre 9% e 13%. Os empréstimos consignados --tipo de financiamento em que a parcela é descontada direto da folha de pagamento-- devem crescer entre 32% e 36%.

O crédito imobiliário, um dos focos do banco neste ano, deve ter R$ 6,5 bilhões apenas na originação --ou seja, financiamentos à construção, em sua maioria para empresas--, o que significa uma elevação de quase 50% em relação a 2009, segundo Abreu.

Em 2009, a carteira de crédito do Bradesco atingiu R$ 228,078 bilhões, evolução de 6,8% em relação ao saldo final de 2008 --o guidance da instituição apontava para um crescimento entre 8% e 12%. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 82,085 bilhões (crescimento de 11,5%), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 145,993 bilhões (crescimento de 4,3%).

A taxa de inadimplência, que chegou ao pico de 5% no ano, fechou 2009 em 4,9% --já considerando as operações do banco Ibi, adquirido pelo Bradesco. A previsão do banco é que a taxa caia para cerca de 4% em 2010, influenciada pela melhora das condições econômicas do país. Em dezembro de 2008, o indicador estava em 3,4%.

Com o crescimento do número de devedores, as provisões de perdas do banco com a inadimplência atingiram R$ 12,963 bilhões no ano passado, crescimento de 87,3% na comparação com os números de 2008 (R$ 6,922 bilhões).

Bancos públicos

A participação do Bradesco no mercado de crédito caiu em 2009, influenciada pela maior atividade dos bancos públicos nas concessões em meio à crise econômica. A fatia do banco, que era de 13,6% em 2008, caiu para 12,5% no ano passado.

O objetivo do banco, porém, é recuperar a parcela perdida. "Se a gente imaginar que todos vão cumprir esse mesmo orçamento [crescimento em torno de 25%], vamos estar no mesmo lugar. Mas obviamente que a gente acha que há espaço para crescer. Nosso objetivo é esse", disse Abreu.

O índice de Basileia (limite mínimo de capital para garantir empréstimos) do banco fechou dezembro em 17,8%. "Nosso alto nível de capitalização nos deixa muito bem posicionados para surfar na onda do crédito com desenvoltura", afirmou Trabuco.

Com a mudança na regra do Banco Central sobre a forma de cálculo do capital --que voltará a não considerar as provisões com perdas--, o índice deve cair em cerca de 1 ponto percentual em abril.






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