Em MT, 89 investidores vão receber indenização
Os 89 investidores mato-grossenses da Avestruz Master não sabem quando nem quanto vão receber de indenização por ocasião da sentença proferida na terça-feira (26) pela Justiça Federal de Goiás contra 2 filhos e o genro do proprietário da empresa, que já faleceu. Depois de quase 4 anos, eles foram condenados a indenizar em R$ 100 milhões os investidores prejudicados pelo golpe aplicado pela empresa. De acordo com o advogado da Associação Nacional dos Investidores da Avestruz Master (Anavestruz), Eduardo Antunes Scartezini, a decisão do juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da 11ª Vara Federal de Goiás, é ilusória.
"Não tem base esse valor estipulado por ele e nem se sabe como vai ser feita a divisão". De acordo com ele, para se ter uma noção do valor "surreal" estabelecido pelo juiz, somente em créditos tributários a empresa deve mais de R$ 400 milhões. O montante foi atualizado há um ano. Diante da situação, Scartezini afirma que entrará com ação indenizatória contra o Estado de Goiás, onde a empresa mantinha os investimentos, e a União. "Eles são responsáveis por que sabiam das transações ilegais e, em vez de proteger o cidadão, resolveram proteger a empresa".
Segundo o advogado, a União e o Estado tinham conhecimento de que a Avestruz Master vinha comercializando ações de forma ilegal, sem estar inscrita na bolsa de valores e, mesmo assim, resolveram adotar apenas o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) como penalidade. "Logo depois veio o golpe". O Ministério Público Federal de Goiás, autor da ação contra os herdeiros da empresa, estima que cerca de 50 mil pessoas foram lesadas em várias partes do país, com prejuízo superior a R$ 1 bilhão.
O juiz decretou pena de 13 anos e 6 meses de prisão para Patrícia Áurea da Silva Maciel, diretora financeira, e de 12 anos e 45 dias para o diretor comercial Jerson Maciel da Silva Júnior, ambos filhos de Jerson Maciel da Silva, presidente da empresa, que morreu há 2 anos vítima de um câncer no fígado. O marido de Patrícia, Emerson Ramos Correa, que era diretor da empresa, foi condenado a 12 anos e 10 meses prisão.
Todos foram condenados pelos crimes contra as relações de consumo, a economia popular e o sistema financeiro. Os 3 ainda podem recorrer da sentença. De acordo com o procurador da República de Goiás, Daniel Salgado, as vítimas podem pedir a execução da indenização depois que forem esgotados todos os recursos judiciais.
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