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Economia
Domingo - 21 de Julho de 2013 às 07:56

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O presidente do banco de investimento BTG Pactual, André Esteves, assessor financeiro do grupo EBX, não endossa uma reestruturação do conglomerado de Eike Batista que imponha perdas unilaterais para credores, segundo entrevista publicada no sábado (20).



 
Esteves afirmou em entrevista à revista Veja que Eike não agiu de má-fé com investidores que apoiaram suas empresas como a produtora de petróleo OGX.



 
"O que posso garantir é que o BTG não advoga saídas heterodoxas e respeita credores", disse Esteves ao ser questionado sobre se Eike poderia dar calote. "Se depender de nós, o Eike sairá da crise pela porta da frente -- ainda que com muitos prejuízos para ele e para os investidores", afirmou o presidente do maior banco de investimento independente da América Latina.



 
A EBX começou a vender ativos para pagar dívidas devidas a fundos internacionais, bancos privados e estatais e detentores de bônus. Esteves disse que há grupos interessados na compra do Porto Sudeste, mas não deu detalhes.



 
Segundo o banqueiro, "a despeito de uma ou outra (empresa) que não tem mais jeito, há ativos que podem ser vendidos e dívidas que serão renegociadas. A dúvida hoje é sobre qual será a participação de Eike nessa nova etapa (...) O Porto Sudeste está praticamente concluído e será essencial para escoar a produção de minério. Há gente interessada em comprá-lo", afirmou.



 
As ações da maior parte das empresas da EBX valem centavos e os níveis de negócios com papéis de dívida do grupo indicam um possível default, o que tem criado temores de grandes perdas para credores.



 
Uma porta-voz da EBX contatada pela Reuters fez referência a um comunicado de 13 de junho, em que o conglomerado de Eike afirmou que tinha terminado de reestruturar sua dívida e que apenas detém obrigações com vencimentos mais longos.



 
Esteves, que costuma participar de reuniões com a presidente Dilma Rousseff, afirmou que o governo sofreu de "soberba econômica" e que fracassou em captar desejos do mercado que cobravam um Estado mais enxuto e mais eficiente.



 
"Paira uma grande incerteza sobre o rumo que o país está tomando", disse Esteves. "É esse jogo --o das expectativas-- que o governo está perdendo. Precisamos de racionalidade e transparência para fazer o dinheiro voltar a fluir (...) As soluções estão dadas", afirmou.



 
O presidente do BTG também criticou o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em dar crédito barato para empresas que podem conseguir captar recursos no mercado de capitais.



 
"O banco é um excelente instrumento para o Brasil, mas está se tornando contraproducente. Não é bom que o país fique tão dependente dele", disse o executivo. "Trata-se de um claro sinal de que algo está errado (...) Se todo mundo ficar pendurado no BNDES, o país perde a competitividade. O banco deveria se concentrar nos grandes projetos de infraestrutura", acrescentou.



 
Esteves, porém, apontou para medidas positivas tomadas pelo governo, como aumentos da taxa de juros para controlar a inflação acima da meta.




Fonte: Reuters

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