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Internacional
Quarta - 27 de Janeiro de 2010 às 15:40

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O conservador Porfírio Lobo acaba de prestar juramento no estádio nacional, na cerimônia de posse acompanhada por líderes de cerca de 20 países e aplausos e gritos dos apoiadores. Após a posse, Lobo deve assinar o salvo-conduto que permitirá ao presidente deposto, Manuel Zelaya, deixar a embaixada brasileira em Tegucigalpa e seguir em exílio à República Dominicana.

O presidente recebeu a faixa presidencial das mãos do presidente Parlamento, Juan Orlando Hernández, ambos do Partido Nacional, ganhador das eleições de 29 de novembro passado. "Prometo ser fiel à república e cumprir e fazer cumprir as leis", disse, em juramento. Depois do juramento, Lobo ouviu o hino nacional, ao lado da mulher.

Cerca de 20 países, entre eles alguns da União Europeia, estão representados na posse. Lobo, 62, foi eleito em novembro em um pleito que não foi reconhecido por toda a comunidade internacional por ser realizado sob o governo interino de Roberto Micheletti.

Diante do fracasso de um acordo entre Micheletti e Zelaya, contudo, o reconhecimento de Lobo parece a única rota para a retomada da ordem democrática em Honduras e a expectativa dos analistas é de que os opositores --entre eles o Brasil-- acabem cedendo.

O primeiro líder a chegar a Tegucigalpa para assistir à posse de Lobo foi o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, ainda na noite desta terça-feira. No mesmo dia, chegou o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos.

Nesta quarta-feira, chegaram os governantes da República Dominicana, Leonel Fernández, e do de Taiwan, Ma Ying-jeou.

Ontem (26), Lobo compareceu a uma missa de ação de graças, no Santuário Nossa Senhora de Suyapa, na qual pediu a sabedoria necessária para governar pelos próximos quatro anos. Lobo pediu "pelas novas autoridades" que Deus os brinde "com muita sabedoria em cada uma das gestões por realizar, colocando em primeiro lugar o que mais se necessita".

Anistia

Antes dos atos de posse, o Parlamento continuou sua sessão da véspera, na qual aprovou uma anistia geral por crimes políticos e comuns conexos que beneficiará pessoas envolvidas em fatos ocorridos antes e depois do golpe de Estado contra Zelaya, em 28 de junho de 2009.

A sessão do Parlamento foi retomada por volta das 6h30 local (10h30 no horário de Brasília) e depois se transferirá ao Estádio Nacional, onde Lobo prestará seu juramento de lei.

Depois da cerimônia de posse, o novo líder hondurenho oferecerá um almoço aos convidados especiais na Casa Presidencial, segundo o programa oficial.

Zelaya, que desde 21 de setembro do ano passado permanece na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, deixará hoje o país com a mulher, dois filhos e alguns colaboradores, com destino à República Dominicana, acompanhados pelo presidente Leonel Fernández.

Lobo afirmou que, entre suas primeiras tarefas como presidente, concederá um salvo-conduto a Zelaya para que viaje em exílio a República Dominicana e o acompanhará pessoalmente até o aeroporto de Tegucigalpa.

"O presidente Fernández, o presidente Colom, e eu, se o acesso estiver liberado, iremos à embaixada do Brasil [...] para acompanhar o presidente Zelaya até o aeroporto internacional", disse Lobo em uma entrevista coletiva nesta terça-feira.

"Se houver espaço, eu também vou", insistiu Lobo, brincando sobre a possibilidade de serem registradas aglomerações nas imediações da embaixada brasileira. "Vocês se imaginam começando um governo com um presidente em uma embaixada? Ali, trancado? Não é justo e não é digno para um presidente", disse Lobo na entrevista desta terça-feira.

A Frente Nacional de Resistência Popular contra o golpe de Estado coordena uma manifestação para se despedir de Zelaya.






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