Brasil eleva contraindicação de remédio para emagrecer proibido na Europa
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável por regular os medicamentos no país, ampliou a contraindicação para o uso da sibutramina, uma das substâncias para emagrecer mais usadas no Brasil e que foi proibida na Europa.
O medicamento tem venda controlada no Brasil, com retenção de receita. Além de pesssoas com histórico de distúrbio alimentar, aqueles que apresentaram doenças cardiovasculares serão aconselhados a não fazer uso do remédio.
O alerta brasileiro segue a posição norte-americana sobre a utilização do medicamento. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) também ampliou sua contraindicação, estendendo-a igualmente a pessoas com histórico de problemas cardiovasculares (entre eles, a hipertensão).
O motivo é a elevação do risco de infarto e AVC (derrame), demonstrado em um estudo que acompanhou mais de 10 mil pacientes durante seis anos. Segundo a pesquisa, chamada Scout, as chances de eventos cardiovasculares aumentam 16% com a utilização da sibutramina, presente na composição de remédios como Meridia, Reductil, Sibutrex e outros, incluindo manipulados.
A Anvisa realizará em fevereiro uma reunião com a Cateme (Câmara Técnica de Medicamentos), cujos especialistas definirão uma recomendação ao órgão.
Falsificações
A FDA também alertou, na última semana, sobre a venda de versões falsificadas do medicamento Alli (da GlaxoSmithKline), que tem como princípio ativo o orlistat (o mesmo do Xenical) e comercialização livre nos Estados Unidos.
Testes de laboratório demonstraram que os remédios piratas, bastante vendidos pela internet, contêm sibutramina (que não está na fórmula original) e podem, portanto, elevar o risco cardiovascular. Exames apontaram a presença de até o dobro da quantidade máxima da substância prescrita por dia.
Os efeitos mais imediatos dessa alta dosagem são palpitações, insônia, ansiedade, náusea e aumento súbito da pressão arterial.
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