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Economia
Terça - 26 de Janeiro de 2010 às 08:51
Por: Jacqueline Farid

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O ano de 2009 apresentou o pior quadro para o emprego industrial apurado pelo IBGE desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário na Indústria (Pimes), cujos dados anuais são calculados desde 2002. Mas, segundo analistas, a perspectiva é de aceleração no ritmo de contratações em 2010. Com uma queda acumulada de 5,5% até novembro, o emprego no setor fechará o ano com um quadro muito pior do que o mais baixo resultado da série, de 2003 (-0,57%). Os dados finais do ano passado serão apresentados no dia 9 de fevereiro.

Com a forte recuperação do setor industrial projetada para este ano - segundo o boletim Focus, a produção aumentará 8,3% -, a expectativa é que o emprego mostre resultados mais fortes, que já começaram a surgir em novembro do ano passado. Segundo os últimos dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ocupação no setor aumentou 0,8% em novembro do ano passado ante outubro, no melhor resultado ante mês anterior desde março de 2004.

O economista da CNI, Marcelo de Ávila, acredita que a conjunção do aumento da confiança dos empresários e dos consumidores, expansão contínua do mercado doméstico domésticos e aumento gradual que vem ocorrendo no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) vão levar à retomada dos investimentos industriais, incluindo a contratação de mão-de-obra. Ele acredita que os segmentos mais vinculados à demanda interna vão mostrar uma recuperação mais rápida e mais forte do que as atividades voltadas para as exportações. "A reação no emprego vem ocorrendo de forma heterogênea e deve continuar assim até que o mercado externo mostre uma recuperação mais vigorosa", observou ele.

Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério Souza, os resultados do mercado de trabalho industrial vão mostrar uma reação importante já a partir deste primeiro trimestre, com aumentos mais significativos na ocupação ante igual período de ano anterior a partir do terceiro trimestre.

Segundo Souza, o aumento da produção industrial brasileira em 2010 deverá ser puxado pelos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis, o que é uma boa notícia para a geração de empregos. Ele explica que as máquinas e equipamentos significam novos investimentos, com mais vagas e, no caso dos duráveis, a indústria automobilística tem um efeito em cadeia muito forte nas contratações. "As perspectivas são boas para a produção e o emprego, sobretudo nos segmentos voltados para o mercado interno", acredita.

No que diz respeito aos maus resultados do ano que passou, a avaliação de Marcelo de Ávila é que não houve precipitação dos empresários industriais no forte crescimento das demissões registrado a partir de novembro de 2008, no auge dos efeitos da crise sobre o setor. Ele argumenta que houve tentativa de ajustes de custos via horas pagas antes das dispensas e mostra dados que comprovam que, em dezembro de 2008, enquanto as horas pagas reduziram 7,4% ante o mês anterior, o número de ocupados caiu bem menos (-1,2%). "Chegou um momento em que as empresas ficaram sem alternativa, era preciso cortar custos diante da forte queda na produção", explica.





Fonte: AE

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