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Economia
Sábado - 20 de Julho de 2013 às 18:42
Por: NATUZA NERY

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A chamada junta orçamentária do governo definiu ontem que o corte nas despesas do Orçamento deve ficar próximo a R$ 10 bilhões.


 
Segundo técnicos da Fazenda, um bloqueio muito abaixo desse patamar, como defendido por alguns setores do Executivo, daria um sinal ruim ao mercado financeiro sobre a credibilidade da política econômica.


 
O número ainda pode mudar até segunda-feira, quando o corte será anunciado.


 
Nos últimos dias, os ministérios que integram a junta --Fazenda, Planejamento e Casa Civil-- divergiram sobre o tamanho do bloqueio.


 
Preocupados em não prejudicar o já tímido crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, Planejamento e Casa Civil chegaram a defender um corte bem menor, próximo a R$ 5 bilhões.


 
Mas, no encontro de ontem, no Palácio do Planalto, essa possibilidade passou a ser considerada remota.


 
O Ministério da Fazenda conseguiu convencer a presidente Dilma Rousseff da importância de dar um sinal de comprometimento com o controle das contas públicas --mesmo havendo dúvidas dentro da própria equipe econômica sobre se a economia de R$ 10 bilhões é suficiente para atingir a meta de superavit primário de 2,3% do PIB.


 
Para uma alta do governo, dado o cenário, seria melhor assumir um primário menor desde já, em um momento de desaceleração da economia, para não ter que chegar ao fim do ano e admitir o descumprimento da meta ou ter que recorrer a manobras fiscais para fechar as contas.


 
O governo está pressionado, de um lado, pelo baixo crescimento, e de outro pela inflação (IPCA), que superou, no mês passado, o teto da meta de 6,5%.


 
Ao conter suas despesas, o governo reduz os estímulos ao PIB, mas contribui com os esforços do Banco Central para conter a alta de preços.


 
Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros pela terceira vez consecutiva, para 8,5% ao ano, e indicou, na ata da reunião do Comitê de Política Monetária, que novas altas virão.


 
Apesar do cenário de incertezas, na quarta-feira a presidente Dilma fez uma enfática defesa da política do governo. Ela afirmou ter "certeza" de que a inflação vai fechar o ano abaixo do teto e negou o descontrole nas contas públicas.


 
SOB CONTROLE


 
Em entrevista distribuída ontem pela agência de notícias Reuters, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o PIB poderá crescer entre 2,5% e 3% neste ano.


 
A previsão é mais otimista que a dos analistas de mercado consultados pelo Banco Central--2,3%. Segundo o ministro, a inflação é um "problema que está sendo superado".


 
"A inflação está sob controle (...), teve um surto e as pessoas só acreditam depois que cai mesmo."





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