Jayme prega ruptura com governo Maggi, mas bancada do DEM resiste
O senador Jayme Campos, pré-candidato do DEM à sucessão estadual, não tem encontrado respaldo da bancada na Assembleia para romper desde já com o governo Blairo Maggi (PR), mesmo nesta fase de transição em que o concorrente ao Paiaguás nas urnas de outubro, peemedebista Silval Barbosa, se prepara para comandar o Estado. A razão é uma só: cargos. Líderes do velho PFL contam com cerca de 300 indicações entre segundo e quarto escalões. São cabos eleitorais que pressionam os deputados para não perderem o emprego de DAS. O que mais resiste a uma ruptura com a chamada turma da botina é o Gilmar Fabris. Contrariado com a cúpula do DEM, ele nem participa das reuniões do partido.
A bancada é composta por quatro deputados: Chica Nunes (ex-PSDB), Dlceu Dal Bosco, José Domingos e Fabris. O mais afinado com o discurso de Jayme é Dal Bosco, que ora defende o nome do senador para governador, ora torce pela sua desistência, na esperança de vir a ser escolhido como vice numa composição com o pré-candidato tucano Wilson Santos. Jayme, que em 2006 se elegeu senador numa composição com Maggi, reeleito na época, é favorável a tese do DEM sair de vez da administração estadual e tomar outro rumo. Hoje, está mais próximo do tucanato, seguindo a conjuntura nacional.
Toda vez que o senador inclui a proposta de ruptura nas reuniões internas, parte da bancada na Assembleia reage contra. Os deputados pedem trégua. Querem aproveitar as benesses no governo Maggi o máximo possível. Ex-democratas se desfiliaram para continuar no primeiro escalão, como José Aparecido, o Cidinho (Projetos Estratégicos), Vilceu Marchetti (Infraestrutura) e Neldo Egon (Desenvolvimento Rural). Já Leôncio Pinheiro, presidente da Empaer, atua como bombeiro para apagar o incêndio na relação conflituosa entre o DEM e o governo estadual para, assim, ser preservado no cargo ao menos até 31 de março, quando Maggi renuncia ao mandato para concorrer ao Senado.
O grupo dos irmãos e ex-governadores Jayme e Júlio Campos têm sede de poder. A última vez que comandou o Estado foi há 16 anos. Hoje no DEM, eles se articulam com a cautela de quem sabe que não pode mais sair derrotado nas urnas e nem fazer composições que venham a ser rejeitadas nas urnas, como a de 1998, quando Júlio Campos perdeu para governador e levou para o mesmo buraco o até então adversário ferrenho Carlos Bezerra (PMDB), que disputou para o Senado.
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