Despesas podem ficar até 20% mais elevadas se a pessoa não colocar na ponta do lápis todos os gastos previstos e de maneira bem detalhada
Obras encarecem 20% sem planejamento

Sem planejamento, as obras podem ficar até 20% mais caras do que o previsto. Antes de começar a construir ou reformar, as pessoas devem pesquisar e tabelar todos os gastos, de forma didática e detalhada. A lista de produtos deve incluir o tipo e marca do produto que definitivamente será utilizada na construção. A regra é válida para casas e apartamentos, e não se aplica apenas a modificações feitas no imóvel, mas também na edificação deles. O cálculo de quanto os gastos podem ser maiores quando não é feito um planejamento feito pelo engenheiro civil, Luiz Carlos Borges Fonseca.

Ele ressalta que as mudanças de última hora são as principais responsáveis pelo aumento do valor investido. "Por isso todos os detalhes devem ser postos no papel no planejamento da obra. O consumidor também deve revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas. Isso porque é muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra", enfatiza o especialista. Para que a construção não fique além do previsto, ele orienta que seja registrada a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais desnecessários no momento.

Sobre o orçamento, Fonseca explica que atualmente os bancos já oferecem linhas de créditos com juros mais atrativos. No entanto, ele pontua que é preciso classificar a necessidade da obra. "Nas obras emergenciais, como os gastos com hidráulica e elétrica, o financiamento é uma boa opção para quem não tem verba suficiente", diz o engenheiro que acrescenta ser melhor economizar antes de construir ou reformar.

Outra dica importante, segundo o arquiteto Pedro Willi Kirst, é a pesquisa de preços em diversos estabelecimentos. O profissional alerta que a economia na obra só é possível se o consumidor tem disposição para buscar revendas com menores preços. De acordo com ele, o custo do metro quadro para construir fica em média R$ 1,165 mil, já o preço da mão-de-obra é de cerca R$ 800 (por m2). Ele lembra que o fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra demorada é sempre mais cara).

"Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais é importante, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais". Ainda de acordo com o arquiteto, em média, uma obra dura de 3 a 4 meses e a necessidade de se manter a mão-de-obra nesse período deve ser planejada com antecipação. "Já que o mercado está escasso de bons profissionais". Essas dicas também são observadas no site Construção e Reforma, que ressalta o período de estocagem e o prazo de validade dos materiais usados nas obras, como o cimento.

O arquiteto ainda diz que o consumidor deve evitar construir no período mais chuvoso para não ter prejuízos com materiais e mão-de-obra parada. "Para construção ou reforma, o mês de janeiro serve somente para acabamento", finaliza. E para as construções estruturais, o profissional diz que o melhor período é entre maio e junho.