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Economia
Domingo - 24 de Janeiro de 2010 às 11:23
Por: Nicholas Vital

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"O sistema faz sucesso no Exterior porque é muito eficiente e econômico"

Há dez anos, o americano Scott Griffith teve uma ideia revolucionária. Dono da Zipcar, uma pequena locadora de carros de Nova York, ele inventou um novo jeito de alugar automóveis. Batizado de "carsharing", o sistema permite que a pessoa pague por hora de utilização, em vez de fechar o negócio por dia, semana ou mês. Com isso, Griffith passou a atrair um público que não tinha dinheiro para alugar um veículo e abriu uma nova brecha de mercado entre jovens e pessoas de baixa renda.

O sucesso veio rapidamente. Em uma década, o faturamento da empresa saltou de US$ 2 milhões para US$ 160 milhões. Inspirado nesse modelo, o empresário carioca Felipe Barroso, 31 anos, dono de uma companhia de terceirização de carros, criou no ano passado um negócio idêntico. Até o nome, Zazcar, é parecido. Barroso já opera em oito pontos da cidade de São Paulo e conta com 150 usuários cadastrados.

A meta do empresário é ousada: chegar a mil usuários até julho e expandir a área de cobertura, hoje restrita ao centro comercial de São Paulo, para toda a capital paulita. "O sistema faz sucesso no Exterior porque é muito eficiente e econômico", diz. "É muito mais barato que um táxi, pois o cliente pode fazer quantos trajetos quiser pagando um valor fixo."


Simples assim: o cartão libera os carros, enquanto o computador
de bordo armazena as informações

O funcionamento é simples. Para utilizar o serviço, a pessoa precisa se associar à empresa, o que é feito gratuitamente. Quando deseja pegar o carro, basta fazer a reserva e retirar o veículo em um estacionamento conveniado da Zazcar. O cliente faz isso com um cartão fornecido pela companhia e sem a intermediação de funcionários (leia quadro com o passo a passo). Barroso não revela quanto investiu para lançar o sistema no País, mas é possível fazer uma estimativa aproximada. Sua frota de nove automóveis é formada por marcas como Fox, Punto, Siena e Civic. Considerando que esses carros custam entre R$ 40 e R$ 50 mil, ele teria desembolsado cerca de R$ 400 mil para lançar a Zazcar.

Barroso diz que a Zazcar não deve concorrer com as locadoras convencionais, mas sim com os táxis. "O serviço é complementar ao sistema tradicional de aluguel de carros", afirma o empresário. "Nosso modelo é mais voltado ao usuário diário, que precisa de um carro para fazer algo rápido e antes optava por um táxi." As locadoras não veem o "carsharing" como concorrente. Segundo Luiz Cabral, diretor de franquias e marketing da Avis, existe espaço para todo mundo.



 

"Num primeiro momento, o sistema não deve ter uma demanda muito acentuada, mas, conforme o brasileiro for se aculturando, este produto tende a crescer", diz. "Por outro lado, a locação tradicional é uma atividade que vem crescendo no ritmo de dois dígitos há mais de cinco anos", afirma o executivo. Em 2009, a Avis, por exemplo, teve alta de 18% em suas vendas. Se por aqui o modelo ainda dá seus primeiros passos, no Exterior é sucesso absoluto. O carsharing movimenta US$ 12,5 bilhões por ano e mantém médias de crescimento em torno de 30%, muito acima das de locadoras tradicionais, que evoluem a uma taxa média de 10%.






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