Sucesso nos Estados Unidos, o sistema de aluguel de carros por hora chega ao Brasil trazido por um empresário carioca de 31 anos
Chega ao Brasil sistema de aluguel de carro por hora
Há dez anos, o americano Scott Griffith teve uma ideia revolucionária. Dono da Zipcar, uma pequena locadora de carros de Nova York, ele inventou um novo jeito de alugar automóveis. Batizado de "carsharing", o sistema permite que a pessoa pague por hora de utilização, em vez de fechar o negócio por dia, semana ou mês. Com isso, Griffith passou a atrair um público que não tinha dinheiro para alugar um veículo e abriu uma nova brecha de mercado entre jovens e pessoas de baixa renda.
O sucesso veio rapidamente. Em uma década, o faturamento da empresa saltou de US$ 2 milhões para US$ 160 milhões. Inspirado nesse modelo, o empresário carioca Felipe Barroso, 31 anos, dono de uma companhia de terceirização de carros, criou no ano passado um negócio idêntico. Até o nome, Zazcar, é parecido. Barroso já opera em oito pontos da cidade de São Paulo e conta com 150 usuários cadastrados.
A meta do empresário é ousada: chegar a mil usuários até julho e expandir a área de cobertura, hoje restrita ao centro comercial de São Paulo, para toda a capital paulita. "O sistema faz sucesso no Exterior porque é muito eficiente e econômico", diz. "É muito mais barato que um táxi, pois o cliente pode fazer quantos trajetos quiser pagando um valor fixo."
Simples assim: o cartão libera os carros, enquanto o computador
de bordo armazena as informações
O funcionamento é simples. Para utilizar o serviço, a pessoa precisa se associar à empresa, o que é feito gratuitamente. Quando deseja pegar o carro, basta fazer a reserva e retirar o veículo em um estacionamento conveniado da Zazcar. O cliente faz isso com um cartão fornecido pela companhia e sem a intermediação de funcionários (leia quadro com o passo a passo). Barroso não revela quanto investiu para lançar o sistema no País, mas é possível fazer uma estimativa aproximada. Sua frota de nove automóveis é formada por marcas como Fox, Punto, Siena e Civic. Considerando que esses carros custam entre R$ 40 e R$ 50 mil, ele teria desembolsado cerca de R$ 400 mil para lançar a Zazcar.
Barroso diz que a Zazcar não deve concorrer com as locadoras convencionais, mas sim com os táxis. "O serviço é complementar ao sistema tradicional de aluguel de carros", afirma o empresário. "Nosso modelo é mais voltado ao usuário diário, que precisa de um carro para fazer algo rápido e antes optava por um táxi." As locadoras não veem o "carsharing" como concorrente. Segundo Luiz Cabral, diretor de franquias e marketing da Avis, existe espaço para todo mundo.
"Num primeiro momento, o sistema não deve ter uma demanda muito acentuada, mas, conforme o brasileiro for se aculturando, este produto tende a crescer", diz. "Por outro lado, a locação tradicional é uma atividade que vem crescendo no ritmo de dois dígitos há mais de cinco anos", afirma o executivo. Em 2009, a Avis, por exemplo, teve alta de 18% em suas vendas. Se por aqui o modelo ainda dá seus primeiros passos, no Exterior é sucesso absoluto. O carsharing movimenta US$ 12,5 bilhões por ano e mantém médias de crescimento em torno de 30%, muito acima das de locadoras tradicionais, que evoluem a uma taxa média de 10%.
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