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Saúde
Sábado - 23 de Janeiro de 2010 às 18:07

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Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) concluiu que o uso de antidepressivos e ansiolíticos (tranquilizantes) tem tido a função de ajudar pessoas a aumentar a produtividade, além de ajudar a superar conflitos de ordem psicológica.

A tese de doutorado A medicalização de conflitos: consumo de ansiolíticos e antidepressivos em grupos populares, do farmacêutico e professor da Universidade Federal de Goiás Reginaldo Teixeira Mendonça, estuda os aspectos relacionados ao consumo destes medicamentos fornecidos aos moradores de uma região da cidade de Ribeirão Preto (SP) em uma farmácia pública.

Segundo o pesquisador, a maioria das mulheres entrevistadas relaciona o contexto do ambiente doméstico com o uso dos medicamentos psicoativos.

- Elas disseram que o consumo desses medicamentos auxiliava nos afazeres ao proporcionarem disciplina e extensão dos limites do corpo. Além disso, afirmaram que os medicamentos são úteis para evitar e anular conflitos entre membros da família, servindo para manter as estruturas e hierarquia familiar, tendo o homem no ‘comando’ da casa, explica o pesquisador.

Já os homens revelam que o humor e a disciplina do corpo são essenciais dentro e fora de casa. Alguns trabalhadores relataram que utilizavam os ansiolíticos para organizarem o sono e os antidepressivos para serem simpáticos em seus trabalhos.

Por isso, os homens buscam nesses medicamentos a superação dos limites do próprio corpo, na tentativa de se manterem como provedores do lar. De acordo com o farmacêutico, “a tendência é que o uso dos medicamentos psicoativos aumente entre os homens, pois estão relacionados ao aumento da atenção e superioridade sobre os limites do corpo. Um exemplo nesse caso são os homens que trabalham como vigias: usam o medicamento para controlar o sono e, com isso ter mais de um emprego”.

Vale ressaltar, entretanto, que o uso indiscriminado de psicoativos pode ser extremamente prejudicial à saúde, pois “muitas vezes, o problema não é físico, mas emocional e social”, afirma Mendonça.






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