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Sábado - 23 de Janeiro de 2010 às 03:54
Por: Fernando Duarte

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Ex-PMs ficarão 30 dias sem visita
Ex-PMs ficarão 30 dias sem visita

Os ex-policiais militares Célio Alves de Souza e Hércules de Araújo Agostinho ficam em celas separadas na Penitenciária Central de Cuiabá (antigo Pascoal Ramos) e não terão direito a visitas nos próximos 30 dias. O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Diógenes Curado Filho, atendeu o pedido dos advogados dos detentos, Waldir Caldas e Jorge Godoy, que alertaram sobre o risco de um confronto.

Eles não dividiam o mesmo espaço desde 2003. Dos 88 anos de prisão a que Célio foi condenado, 83 se deve à delações feitas por Hércules. Os advogados também haviam protocolado, na 2ª Vara de Execuções Penais, um pedido para que os presos não dividissem o mesmo ambiente.

A dupla chegou à Capital ontem (22) em aviões comerciais separados, sob um forte esquema de segurança, que envolveu policiais federais, funcionários do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Hércules chegou às 11h21 pela TAM e Célio às 11h38 pela Gol. Os presos foram levados do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, até a penitenciária no sul de Cuiabá em 2 veículos separados, que contou com o apoio de outras 3 caminhonetes.

Os detentos estarão em uma ala construída na parte da frente da Penitenciária Central, onde somente Célio e Hércules permanecerão, ou seja, separados dos demais presidiários, pelo menos por enquanto. O local, segundo informações extraoficiais, é considerado provisório. A assessoria de comunicação da Sejusp informou que o ambiente é monitorado por vídeo.

O juiz da 2ª Vara Criminal, Adilson Polegato de Freitas, disse que, na vistoria que fez no início de janeiro, verificou as condições de salubridade da cela. "Era um local limpo, novo e com condições para abrigar os detentos".

No ano passado, o magistrado havia se posicionado contra a volta da dupla para Mato Grosso, pois a presença dos 2 colocaria em risco a segurança do Estado. Entretanto, ontem, o juiz disse não ver problema na vinda dos ex-policiais a Mato Grosso, já que isso seria bom ao Estado, que está investindo na construção de penitenciárias como a de Tangará de Serra e Pontes e Lacerda. "O sistema prisional de Mato Grosso evoluiu muito".

Os advogados Jorge Godoy (Hércules) e Waldir Caldas (Célio) afirmaram que responsabilizariam o Estado caso houvesse morte entre os detentos. Godoy e Caldas viam que, ao colocar os 2 no mesmo recinto, a Sejusp estaria criando motivo para que fossem novamente transferidos para uma unidade federal.

O secretário-adjunto, tenente-coronel Zaqueu Barbosa, afirmou que seria mais seguro e eficiente vigiar esses presos enquanto estivessem juntos, do que em ambientes diferentes na penitenciária.

O retorno da dupla ocorreu após o juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado, indeferir a solicitação para renovação do prazo de permanência dos presos na Capital de Mato Grosso do Sul, na Penitenciária Federal de segurança máxima. O magistrado argumentou que o Estado teve tempo suficiente para garantir segurança no presídio. Ambos cumpriam pena no estado vizinho desde o dia 20 de julho de 2007.

Curado foi contrário à decisão do juiz federal, mas garantiu que o sistema prisional de Mato Grosso está adequado para recebê-los. Apesar disso, defende a transferência de presos para outros estados.

Os advogados Jorge Godoy e Waldir Caldas analisaram que o secretário agiu com "bom senso", colocando os ex-policiais em celas separadas.

Hércules Araújo já é condenado a 117 anos de prisão pelo assassinato de 10 pessoas e Célio Alves ficará 88 anos por 7 homicídios. Os 2 ainda respondem outros processos também por assassinatos em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis.





Fonte: A Gazeta

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