Ministério Público Estadual já notificou empresa de Maksuês Leite (PP)
Deputado exige título para fazer inscrição em cursinho
A empresa de comunicação do deputado estadual Maksuês Leite (PP-MT) exigia a apresentação de título de eleitor aos candidatos interessados em concorrer a 300 vagas em um cursinho pré-vestibular gratuito na cidade de Várzea Grande, vizinha à capital Cuiabá.
O Várzea Vest foi lançado pelo grupo "O Documento", de propriedade do deputado, que também é apresentador de TV. A exigência do título de eleitor constava das fichas de inscrição.
Anteontem, o Ministério Público Estadual notificou a empresa a suspender a exigência de apresentação do documento. "A confirmação da residência poderia ocorrer normalmente com a apresentação de um simples comprovante de endereço, como uma conta de água, luz ou telefone", diz trecho da notificação.
Segundo a Promotoria, a manutenção da exigência poderia configurar "abuso de poder político e econômico". "Especialmente pelo fato do referido empreendimento contar com o apoio e a participação explícita do deputado Maksuês Leite."
O deputado, pré-candidato à reeleição, nega ter interesses políticos na medida, que qualificou como uma "ação de responsabilidade social". "O mesmo curso em uma instituição privada de ensino custaria mais de R$ 5.000", disse, em nota.
Em reportagem no site do jornal "O Documento", o deputado afirmou que "[o cursinho] foi a forma que encontramos de suprir um vácuo deixado pelo poder público". "Cada aluno na sala de aula hoje é um detento a menos em uma cela de penitenciária no futuro", completou.
A assessoria de imprensa do deputado disse que a exigência havia sido revogada e que a situação estava "resolvida". Afirmou ainda que o título de eleitor era "um entre vários outros documentos" exigidos para a inscrição.
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