Aliança entre PPS e o PSDB frustra os planos de Mauro
Acordão pode tirar Mendes da disputa
A aliança firmada entre PPS e o PSDB para dar apoio à candidatura do prefeito Wilson Santos, costurada nesta semana com a participação do presidenciável tucano José Serra, praticamente deixa de fora a pré-candidatura do empresário Mauro Mendes (PSB) ao governo do Estado.
Ao lado do PDT, o PPS é o principal partido de sustentação à frentinha que lançou a pré-candidatura de Mauro Mendes ao governo. Com a saída do PPS, a tendência é que o PDT também deixe a frentinha e busque novas alianças, o que deve levar o PSB a abandonar o projeto de candidatura própria e priorizar a reeleição do deputado federal Valtenir Pereira.
O acordo para apoiar Wilson Santos foi firmado pelos diretórios nacionais dos dois partidos e passa pela aliança firmada em torno da candidatura de Serra a presidente da República.
Em Mato Grosso, o secretário geral do PPS, Elismar Bezerra, participou de reunião com membros do diretório estadual do PSDB. Ele não confirma que a aliança esteja sacramentada, até porque ainda precisa convocar reunião do diretório estadual. Mas aponta que este deverá ser o caminho da legenda. "Podemos sim ter essa composição aqui em Mato Grosso", disse.
Em seguida, Elismar Bezerra explicou os motivos que devem levar o PPS a abandonar a candidatura de Mauro Mendes e apoiar o projeto do PSDB. "No partido tem um grupo grande querendo caminhar nesse sentido, porque houve muita decepção com o governo Blairo Maggi e nós não vemos muita diferença na candidatura de Mauro Mendes".
A frentinha que lançou o empresário Mauro Mendes ao governo é formada pelo PDT, PPS, PV, PCdoB, PMN, PRTB E PSC, além do PSB. Nos bastidores, várias lideranças dessas legendas já dão como certa a implosão da frentinha e, como consequência, o fim da pré-candidatura do empresário.
Espera - O PDT do deputado Otaviano Pivetta vai esperar até fevereiro para saber se o PSB vai mesmo manter a candidatura do empresário Mauro Mendes, a quem o partido empenha apoio, por enquanto. Caso a candidatura de Mauro Mendes não decole, o PDT deve formar novas alianças, que tanto podem ser na oposição quanto na situação. "Se Mauro Mendes não for candidato, podemos buscar coligação com outros partidos. Não existe restrição a nenhum nome, assim como no momento não há tendência para este ou aquele lado", disse o secretário geral do partido em Mato Grosso, Rodrigo Rodrigues, que é também membro do diretório nacional.
Tanto Pivetta quando Rodrigues garantem que o diretório nacional do PDT deixou os estados livres para fazer as coligações que melhor atendem suas necessidades, embora tenha fechado acordo em torno da candidatura da ministra Dilma Roussef à presidência da República, em um arco de alianças que conta ainda com o PMDB.
O secretário nacional do partido, Manoel Dias, confirmou que não existe a obrigação do diretório estadual do PDT seguir o mesmo caminho e endossar a candidatura do peemedebista Silval Barbosa ao governo, que tem o apoio do PT. Mas deu uma dica de como os diretórios nacionais costumam se comportar em relação aos estados. "Onde der para manter a mesma coligação feita nacionalmente, é melhor para o partido", ponderou.
Polarização - Caso a candidatura de Mauro Mendes não emplaque, Mato Grosso deve ter apenas dois candidatos ao governo do Estado. Um deles é o vice-governador Silval Barbosa (PMDB), liderança forte no Médio Norte e Norte de Mato Grosso, que tem o apoio do governador Blairo Maggi (PR) e do Partido dos Trabalhadores. O outro é o candidato da oposição, que será lançado pela aliança entre o DEM, o PSDB e o PTB.
Nesta semana, conversas de bastidores dão conta que o governo deve tentar uma reaproximação com Mauro Mendes, que seria o vice ideal para Silval Barbosa, que precisa de um nome forte na Baixada Cuiabana. Mauro Mendes teve expressiva votação na eleição para prefeito de Cuiabá em 2008, com 114 mil votos.
Tucanos, democratas e petebistas tem dois pré-candidatos, o senador Jaime Campos (DEM) e o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). Eles encomendaram uma pesquisa, que começa a ser realizada em Mato Grosso no dia 25 de fevereiro, para indicar quem será o candidato do grupo. A divulgação do nome do candidato deve acontecer no dia 5 de março. Quem ficar em segundo lugar na pesquisa de intenção de voto indica o nome que vai concorrer ao cargo de vice-governador.x
Outro lado - O empresário Mauro Mendes está em férias com a família. O presidente regional do PSB, deputado Valtenir Pereira, voltou a reafirmar que "é muito cedo para falar em fechamento de acordos, porque tudo pode mudar". Valtenir destacou que está dialogando com todos os partidos e que a prioridade do momento é organizar a caravana que vai levar o nome do empresário aos municípios do interior. "Agora estamos na fase de diagnosticar os problemas, levantar as demandas para a partir daí traçar um projeto político que, tenho certeza, vai atrair outras legendas para o nosso projeto".
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