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Economia
Sexta - 22 de Janeiro de 2010 às 01:04
Por: Vívian Lessa

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Produção da carne não está dando lucro e criadores estão no vermelho
Produção da carne não está dando lucro e criadores estão no vermelho

As exportações de carne suína de Mato Grosso aumentaram 109,1% em 2009. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que o volume embarcado pelo Estado, no ano passado, rendeu US$ 54,957 milhões contra US$ 26,277 milhões em 2008. Já a quantidade vendida no mercado externo cresceu 189,3% de um ano para outro, passando de 8,456 mil toneladas em 2008 para 24,471 mil (t) ano passado. Enquanto houve incremento expressivo nas exportações mato-grossenses, a produção de suínos no Estado teve pequena variação. Segundo informações da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), a quantidade de matrizes (fêmeas para reprodução) aumentou 4,65% entre 2008 e 2009, de 86 mil para 90 mil animais. Já a produção total de suínos cresceu 14,4%, de 1,180 milhão para 1,350 milhão.

O presidente da entidade, Luiz Antônio Sales, diz que para 2010, a expectativa é de incremento de 7,4% no plantel, alcançando uma produção de 1,450 milhão animais. Já o número de matrizes deve apresentar expansão de 18,8%, chegando a 107 mil fêmeas. Apesar disso, ele pontua que o setor sofre com a falta de rentabilidade que impede o desenvolvimento pleno da atividade. "A maioria dos produtores quase não tem margem de lucro na produção", ressalta Sales acrescentando que o custo médio para produzir cada quilo de suíno varia entre R$ 1,80 a R$ 2, enquanto que na comercialização do animal, o preço fica de R$ 1,90 a R$ 2 (o quilo). "Tem produtor que está trabalhando no vermelho".

Para ele, a elevação na produção e exportação está relacionada à competitividade de mercado, travada com produtores de outros estados, que estão abastecendo o mercado mato-grossense. Sales ainda diz que a expectativa do setor é a abertura das exportações para a União Europeia. Nesse caso, o secretário de Desenvolvimento Rural (Seder), Neldo Egon, diz que o assunto já foi pauta de uma reunião, ocorrida nesta semana, entre os representantes do setor e o ministro Agricultura e Pecuária (Mapa), Reinhold Stephanes.

"Pedimos a vistoria do ministério para qualificar as unidades frigoríficas e produtoras de Mato Grosso". Para ele, o Estado tem condição de atender às exigências do mercado europeu. O responsável pela Pesquisa e Desenvolvimento do frigorífico Excelência, Lucas Trevisan, também confirma a qualidade da produção estadual. Segundo ele, Mato Grosso não apresentará problemas para a abertura das exportações à União Europeia. Ele diz que, apesar do frigorífico trabalhar mais focado ao mercado interno, com capacidade de abate de 3,5 mil animais/dia, a oportunidade será necessária para diversificar os seus compradores.





Fonte: A Gazeta

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