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Economia
Quinta - 21 de Janeiro de 2010 às 13:30

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A recuperação econômica global ainda é frágil e deve desacelerar ainda neste ano, à medida que o impacto dos planos de estímulo for diminuindo, segundo afirma relatório divulgado pelo Banco Mundial com as projeções do organismo para 2010.

O relatório, Global Economic Perspectives (Perspectivas Econômicas Globais), prevê um crescimento mundial de 2,7% neste ano, após uma queda estimada em 2,2% no ano passado. Para o Brasil, a previsão é de um crescimento de 3,6% em 2010, seguindo um crescimento praticamente nulo – de 0,1% - estimado para o ano passado.

O documento afirma que os impactos imediatos da crise, como o fechamento dos mercados de crédito, fuga de capitais, quedas acentuadas nas cotações de ativos e redução significativa das taxas de juros, já foram superados, mas que ainda assim a crise deverá ter um impacto sobre o crédito e sobre o crescimento global nos próximos dez anos.

“Infelizmente, não podemos esperar uma recuperação do dia para a noite dessa crise profunda e dolorosa, porque levará muitos anos para a reconstrução das economias e dos mercados de trabalho”, afirma Justin Lin, economista-chefe do Banco Mundial.

Segundo o relatório, o mundo terá 64 milhões de pessoas a mais vivendo abaixo da linha de pobreza neste ano do que se a crise não tivesse ocorrido.

Bolha

O documento afirma que o crescimento dos países em desenvolvimento deverá ser reduzido em 0,2 a 0,7 ponto percentual nos próximos 5 a 7 anos em relação ao seu potencial de crescimento por causa das condições de crédito mais difíceis.

O Banco Mundial adverte ainda para o aumento dos fluxos de capitais para os países em desenvolvimento a partir de meados do ano passado, acompanhando a queda na aversão ao risco entre os investidores, que poderia criar uma bolha de apreciação de ativos.

“Apesar de os fluxos de capital para o ano como um todo terem ficado 20% abaixo dos níveis de 2008 e bem abaixo dos picos de 2007, essa recente elevação nos fluxos levantou preocupações de que, se sustentados, podem voltar a inflar algumas das bolhas nos mercados de ações, de câmbio e de imóveis nos países desenvolvidos, que a crise tinha somente começado a desanuviar”, diz o relatório.

O documento reconhece, porém, que essa situação pode ter sido abrandada pela moratória da companhia estatal de investimentos Dubai World e pelas reduções nas notas de crédito da Grécia e do México no final de 2009, o que pode ter elevado novamente a aversão ao risco entre os investidores.

O relatório observa ainda que países como o Brasil adotaram medidas para tentar conter o fluxo de capital (a cobrança de 2% de IOF sobre investimentos estrangeiros em ações ou títulos do governo), mas que o efeito dessas medidas ainda é incerto.

Projeções

Nas projeções que o Banco Mundial faz sobre o crescimento econômico, o organismo prevê um crescimento de 3,6% para o Brasil em 2010, levemente superior ao do conjunto dos países da América Latina e do Caribe, estimado em 3,1%.

As previsões do Banco Mundial para o Brasil são as mais pessimistas entre os principais organismos internacionais. Um relatório das Nações Unidas publicado também nesta semana prevê um crescimento de 4,5% para este ano, enquanto a previsão do FMI (Fundo Monetário Internacional) é de 5,5%.

A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), em um relatório divulgado em novembro, previu um crescimento de 4,8% neste ano no Brasil.

A última pesquisa semanal Focus, realizada pelo Banco Central do Brasil com diversos analistas e que traz expectativas sobre o mercado financeiro, traz uma previsão de crescimento de 5,3% no PIB neste ano.

O crescimento brasileiro previsto para 2010 pelo Banco Mundial é menor do que os 5,2% previstos para o conjunto dos países em desenvolvimento.

Para 2011, o Banco Mundial prevê um crescimento de 3,9% para a economia brasileira, de 3,6% para a América Latina e o Caribe e de 5,8% para os países em desenvolvimento.

Para os países desenvolvidos, a previsão é de um crescimento de 1,8% em 2010, após uma queda estimada em 3,3% no ano passado. Para 2011, a previsão é de um crescimento de 2,3%.






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