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Coordenador explica que o ar seco, somado a fumaça, faz com que as doenças respiratórias surjam com mais frequência na cidade
Defesa Civil diz que queimadas aumentaram
LORIVAL FERNANDES/DC
Terrenos baldios são alvo do fogo, que se alastra devido às peculiaridades do clima durante o inverno na região Centro-O
Uma das características típicas do inverno, que segue até 22 de setembro, é a baixa umidade relativa do ar (URA), que atinge valores.
altos no período da manhã, mas caem no período da tarde. O ar seco, a alta temperatura e a prática indiscriminada de queimadas favorecem o surgimento de problemas respiratórios, especialmente, entre as crianças e os idosos. Em Cuiabá, a perspectiva é de que a situação se agrave.
Coordenador da Defesa Civil e da Brigada de Prevenção e Combate às Queimadas Urbanas, Oscar Amélito alerta que dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam a ocorrência de pico de queimadas de três em três anos como aconteceu em 2007 e 2010 e por conta do volume de chuvas registrado no ano anterior, consequentemente, havendo o aumento da massa orgânica (capim), o que favorece os focos de calor.
"Ano passado, na primeira quinzena de junho tivemos 39 combate às queimadas. Neste ano, no mesmo período, foram 28. Em julho do ano passado, na primeira quinzena, foram 49 e, neste mês, estamos com 50 ocorrências. Acreditamos que neste mês haja um crescimento das ocorrências porque tivemos chuva em junho, o que faz com que aumente a massa orgânica", comentou.
Para o próximo mês, o cenário também não é animador. "Agosto deverá ser o mês de pico das queimadas", alertou. Devido aos riscos, Oscar solicita aos cuiabanos que em qualquer sinal de fumaça para que liguem para o 193. Alerta ainda que é crime colocar fogo em qualquer período do ano no perímetro urbano da cidade. Além da possibilidade de ser preso, se pego em flagrante, o infrator é multado. O proprietário de terrenos baldios também pode ser multado com altas cifras que variam de R$ 8 mil a R$ 16 mil (reincidência).
Além do Corpo de Bombeiros, a Capital conta com 40 brigadistas para o combate às chamas, quatro fiscais, que podem ser acionados quando alguém jogar lixo em terreno baldio, trabalho que também é feito por outros 50 servidores da Secretaria de Meio Ambiente.
A perspectiva de que o quadro possa piorar assusta a serviços gerais Lucinete da Silva, 23 anos, que é mãe de três filhos. Ontem pela manhã, ela estava com a filha mais nova, Caroline de 2 anos, na Policlínica do Verdão em busca de assistência médica. "Minha está gripada, tossindo muito e vomitando", comentou.
Porém, segundo ela, os outros dois filhos de seis e nove anos também estavam com sintomas semelhantes. "Nesse período eles costuma ter esses problemas. Um deles já teve bronquite asmática e ficou muito ruim", disse a serviços gerais, acrescentando que ela mesma estava com a garganta inflamada.
Conciliador do Juizado Volante Ambiental (Juvam), Alexandre Coberlino, destaca que geralmente os casos registrados dentro da cidade ocorrem em terrenos baldios de proprietários que não seguem a lei municipal que obriga o responsável a manter cercado, limpo e calçado o espaço. Na maioria dos casos, a área fica abandonada, suja e vira depósito de lixo. Em Cuiabá, são mais de 40 mil unidades nessas condições.
“Falta conscientização e responsabilidade do proprietário. A lei determina os cuidados, mas é descumprida. E muitas vezes o próprio dono manda que alguém ateie fogo para fazer a limpeza da área”, disse por meio da assessoria de imprensa. O proprietário do terreno pode ser processado pelo Juvam. Denuncias podem ser feitas pelo 3642-4064.
PREVISÃO DO TEMPO – O clima continua quente e seco até domingo (21), quando a meteorologia prevê temperatura máxima de 38°. Na segunda-feira (22), haverá uma redução do calor, que se repetirá no dia seguinte, terça-feira. Máxima chegará a 25º e a mínima a 15º.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/14534/visualizar/
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