Segundo MTE, saldo de empregos com carteira assinada recuou em Mato Grosso mais de 76%, passando de 22,8 mil para 5,4 mil
Geração de novos empregos caiu 79% em 2009 no Estado
O saldo de empregos com carteira assinada, em Mato Grosso, apresenta retração de 76,35% em 2009 em comparação ao desempenho observado no ano anterior. Enquanto 2008 encerrou o exercício dos 12 meses com saldo de 22,893 mil, no passado foram apenas 5,412 mil, a pior performance desde 2007 no Estado.
O saldo é o resultado das contratações menos as demissões ocorridas no período. Em 2008 foram contratados 327,013 mil trabalhadores com carteira e demitidos 304,120 mil, o gerou sobra positiva de 22,893 mil postos. Já em 2009, o Estado atingiu o mesmo patamar de geração de empregos, mas a diferença está no saldo. Dos 324 mil admitidos, 318,748 mil foram eliminados. Ou seja, de fato no ano, apenas 5,412 mil postos celetistas foram gerados.
A retração reflete o contexto econômico ainda com marcas da crise mundial, eclodida no último trimestre de 2008.
Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dos oito setores da atividade econômica mensurados pelo Caged somente dois – Comércio e Serviços – fecharam 2009 em expansão. Construção Civil acumula resultado negativo com mais demitidos do que admitidos, -1,5 mil vagas geradas.
O Caged revela ainda que o saldo de empregos em Mato Grosso, de pouco mais de 5 mil postos celetistas, é o menor do Centro-Oeste. No Mato Grosso do Sul foram 12,900 mil, no Distrito Federal 17,422 mil e o campeão da região, Goiás, com saldo de mais de 34,40 mil postos.
Dentro da série histórica do Caged, no período de 2003 a 2009, foram criados 95,297 mil postos de trabalhos formais. Em dezembro, por razões sazonais que marcam a série do Caged (entressafra agrícola, férias escolares, período de chuvas, esgotamento da bolha de consumo no final do ano), verificou-se declínio de 2,96% no nível de emprego ou a eliminação de 14,634 mil postos de trabalho.
SETORES – O ano de 2009 terminou no negativo para a indústria da transformação, construção civil e agricultura, que acumularam quedas de 0,78%, 4,93% e 0,38%, respectivamente. Em expansão, apenas comércio e serviços com altas de 2,60% e 3,76%, respectivamente. Na geração de empregos com carteira assinada, o maior gerador foi o comércio com a criação de 84,156 mil postos, seguido da agricultura com abertura de 74,180 mil vagas.
CIDADES – Entre as 18 cidades mato-grossenses que integram o levantamento do Caged por terem mais de 30 mil habitantes, todas fecharam 2009 com saldo negativo na criação de novos postos.
ANÁLISE – Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, a queda no saldo é expressiva e mostra o peso da crise mundial sobre a atividade econômica mato-grossense. No entanto, ele frisa que o mais importante é ter havido saldo positivo de empregos, “que até um tempo atrás era uma incógnita, com tendência ao pessimismo”. Ele, que é um industrial do segmento moveleiro, lembra que a extensão da crise era algo ainda difícil de ser mensurada, já que o perfil da atividade local mistura indústrias nacionais e multinacionais. “Não sabíamos do efeito da crise sobre cada empresa, qualquer aposta até então, era ‘chutômetro’. Afinal, a crise veio somente no final de 2008, mas acertou em cheio 2009. Mato Grosso vinha embalado na geração de empregos e, de repente, teve seu ritmo de crescimento interrompido. Pior seria se tivéssemos fechado 2009 no negativo, ou seja, mas demitindo do que contratando”. Sobre isso, Milan diz que um resultado negativo mostraria que a economia estadual estava interrompida, andando para trás. “Afinal, as riquezas vêm da geração de emprego. Esse resultado, mesmo aquém do que foi 2008, é uma vitória para Mato Grosso”.
Sobre os destaques na oferta de postos de trabalho, ele frisa que o grande prejudicado em 2009 em função de todo contexto macroeconômico foi à construção civil, mas que, neste ano, será extremamente beneficiada com os investimentos que começarão a ganhar forma em função dos preparativos para Copa do Mundo de 2014, que será realizada em Cuiabá. “Esse segmento vai dobrar o volume de contratações, assim como o segmento de madeira e móveis”.
Para 2010 de modo geral, Milan acredita em um saldo 100% acima do que foi registrado em 2009, mais de 10 mil vagas criadas. saldo 100% acima do que foi registrado em 2009, mais de 10 mil vagas criadas.
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