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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 20 de Janeiro de 2010 às 15:51

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O Haiti registrou hoje um tremor de magnitude 6,1, a mais forte réplica do terremoto de magnitude 7 que devastou o país, no último dia 12, e deixou milhares de mortos. Segundo as medições do Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), nestes últimos oito dias, o país foi atingido por mais de 40 tremores menores.

O medo de que os desabamentos em série se repetissem causou pânico e levou as pessoas às ruas da capital Porto Príncipe. Grande parte dos prédios da cidade desabou no tremor do dia 12, incluindo o histórico palácio presidencial e a casa do presidente René Préval, além de diversos escolas e hospitais. O aeroporto teve a sua torre de controle destruída, e o porto foi obrigado a interromper seu funcionamento.

O abalo foi registrado hoje às 6h03 (9h03 no horário de Brasília). Ainda não se sabe se há mais vítimas ou novos danos, porém Fábio Zanini, repórter da Folha enviado para Porto Príncipe, afirma ter visto "muitos prédios condenados, alguns inclinados em ângulos de até 30 graus e vários prédios com rachaduras". "Qualquer novo tremor pode trazê-los abaixo."

De acordo com o repórter, durante o terremoto --cujo epicentro foi próximo do da semana passada--, a sensação era a de "surfar sobre o chão". "Eu tinha acabado de me levantar e de repente o chão começou a balançar. [...] Foi um tremor forte o suficiente para você ter que buscar um reequilíbrio", conta.

Essa sensação é similar à descrita pelo sargento americano Steven Payne, 27, do Estado da Virgínia Ocidental. "Eu senti como se estivesse com os pés numa prancha, sobre uma bola." O haitiano Anold Fleurigene, 28, que teve sua casa destruída e uma irmã e um irmão mortos no primeiro tremor, chamou a mulher e os três filhos e correu para a rodoviária. "Eu já vi a situação aqui, quis sair logo."

Beny Quinteros, enviada especial da emissora VTV da rede estatal de TV venezuelana, disse por telefone para a sua matriz, em Caracas, que "as estruturas já colapsadas e que estavam a meio pé terminaram de cair com este movimento, que foi muito forte".

"Foi bastante significativa a magnitude deste evento, ao ponto de, por exemplo, a informação sobre as fissuras na embaixada [da Venezuela] que havíamos pedido" ter sido cancelada, porque "a amplitude, o diâmetro que cada uma delas aumentou e a edificação agora ficou totalmente inabilitada", disse.

O embaixador venezuelano no Haiti, Pedro Antonio Canino, disse que o tremor durou "apenas segundos, porque um minuto aqui seria desastroso", e destacou que a ajuda venezuelana que chegou a esse país nos últimos dias está sendo distribuída "diretamente através de organizações sociais" da ilha.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. A Direção da Proteção Civil haitiana afirmou nesta terça-feira que o terremoto deixou 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Nos seus balanços, o governo tem contabilizado os corpos que teriam sido enterrados.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 19 militares e três civis --a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que não teve a identidade divulgada a pedido da família.






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