Jayme cobra compromisso de Wilson
O senador Jayme Campos se empolgou com o projeto ao governo estadual e, em reunião com seus principais assessores, avisou que se aparecer ao menos com 0,1% na dianteira nas pesquisas de intenção de voto sobre o seu aliado Wilson Santos (PSDB) vai exigir que seu nome seja definido como candidato do grupo ao Paiaguás. Lembra que ambos firmaram um acordo para, a partir de pesquisas a serem feitas entre março e abril, o nome que aparecer na liderança vir a ser escolhido, com o compromisso de quem ficar em desvantagem estar presente no palanque, de modo a consolidar a aliança DEM-PSDB-PTB. Hoje a vantagem seria de Wilson mas, por conta do desgaste político sobre os ombros do tucano, o democrata começou a reagir nas pesquisas.
Por mais que os grupos de Jayme, ex-prefeito de Várzea Grande, e Wilson, ex-deputado estadual e ex-federal, tentem passar borracha no passado marcado por embates políticos duros, as trocas de acusações entre ambos são constamente lembradas, o que provocam temor de haver desgaste. Nos anos 1990, Wilson era deputado estadual e fazia oposição a Jayme, que foi governador de 91 a 94. Agora, a oito meses das eleições gerais, os dois grupos já discutiram até a possibilidade de se distanciarem para, somente num eventual segundo turno, se unirem. Entendem que essa separação traria menos desgaste e forçaria, pela primeira vez, uma eleição para governador em dois turnos em Mato Grosso. Estão temerosos com rejeição nas urnas, como aconteceu em 1998, quando Júlio Campos e Carlos Bezerra, até então inimigos políticos, levaram o velho PFL (hoje DEM) e o PMDB a uma aliança majoritária que acabou derrotada.
Além de Wilson e Jayme, são pré-candidatos à sucessão de Blairo Maggi o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) e o empresário Mauro Mendes (PSB). Corre por fora o juiz federal Julier Sebastião da Silva. O prefeito cuiabano decidiu fazer pesquisas internas, independente do DEM, para monitoramento de sua pré-candidatura, de modo a saber a evolução dos percentuais de intenção de voto. Jayme tem feito o mesmo. Constantemente ambos se reúnem, discutem estratégias e afinam o discurso contra o governo Maggi. No fundo, cada um demonstra possuir carta na manga. Enquanto não chegam as convenções partidárias de junho, partidos e seus líderes prosseguem mergulhados nas articulações de bastidores.
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