Abicalil e Serys apoiam Silval e querem dobradinha com Maggi

A senadora Serys Marly e o deputado federal e presidente estadual do PT Carlos Abicalil travam uma queda-de-braço interna por candidatura ao Senado, mas convergem quando o tema das discussões são as alianças majoritárias para o pleito de 3 de outubro. Os dois são favoráveis, por exemplo, à aliança com PR e PMDB. Nesse caso estão determinados a apoiar o peemedebista Silval Barbosa para governador e fazer "dobradinha" para o Senado com Blairo Maggi, mesmo se tratando de um líder político que enfrentou oposição dos petistas entre 2002 e 2008. Outra defesa em comum entre os grupos de Serys e Abicalil é quanto à composição para o Palácio Paiaguás. Entendem que o PT não deve pleitear candidatura de vice-governador mas, em moeda de troca, exige, mesmo sem definição de quem será candidato, apoio para o Senado.

As divergências entre os dois líderes petistas ficam mesmo na vaga para o Senado. O deputado estadual Alexandre Cesar, um dos fiéis escudeiros de Abicalil, tem comentado nas reuniões nos municípios que Serys já deveria se aposentar da vida pública e passar a cuidar dos netos. Faz de tudo para tirá-la do páreo e, assim, ver o caminho livre para Abicalil concorrer ao Senado. Entende que após três mandatos como deputada e 8 anos no Senado a parlamentar deve encerrar abrir espaço para novas lideranças. Já o grupo da senadora quer a sua reeleição e considera que os simpatizantes da pré-candidatura de Abicalil estão agindo com desrespeito a uma parlamentar que construiu sua história na vida pública no Partido dos Trabalhadores.

Quem vai decidir sobre candidatura petista, principalmente ao Senado, são os 250 delegados. Nesse caso, Abicalil leva vantagem. Na sua reeleição para comando do PT mato-grossense, o deputado federal de segundo mandato conseguiu eleger 140, o que representa maioria. Pelo visto, a decisão sobre candidatura ao Congresso Nacional do PT só deve sair nas convenções de junho.