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Internacional
Sábado - 16 de Janeiro de 2010 às 19:41
Por: Cirilo Junior

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O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse neste sábado que, a despeito do envio de 10 mil militares americanos para o Haiti, o Brasil permanecerá no comando da missão de paz naquele país. Ele admitiu que as tropas americanas têm como princípio não aceitar ordens de outro país, mas ressaltou que um memorando firmado com os Estados Unidos reitera o Brasil no controle da missão de pacificação no Haiti.

"Nossas tropas seguem coordenando, embora os americanos não aceitem ser comandados por outro país. Isso foi definido no memorando. O Brasil mantém o controle", disse, durante visita ao Centro de Instrução de Operações de Paz da Vila Militar, na zona oeste do Rio.

Ele minimizou os problemas de operação ocorridos no aeroporto de Porto Príncipe, a partir do momento em que os americanos assumiram o espaço aéreo. Aeronaves brasileiras tiveram problemas para pousar, mas, segundo Jobim, a questão foi resolvida na noite de sexta-feira, depois do acordo ser firmado com os americanos.

Um dos próximos passos, observou Jobim, será começar a discutir com autoridades internacionais mecanismos de financiamento para a reconstrução da área atingida pelo terremoto. O ministro não soube estimar o montante necessário para a recuperação do Haiti.

Em relação às obras que serão necessárias, Jobim salientou que as tropas brasileiras têm capacidade operacional para liderar o processo. Ele destacou que a necessidade maior é por recursos que devem ser destinados à Minustah, a missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) liderada pelo Brasil.

"O orçamento da Minustah é voltado para a segurança, e uma das alterações que vamos pedir na ONU é pela destinação de verbas para obras de engenharia. Queremos participar do processo de reconstrução", explicou Jobim, que vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que o Brasil solicite o aumento das atribuições das tropas no Haiti.

Hoje, elas se limitam a fazer a segurança no país, e executar obras ligadas às atividades dos militares. O Brasil quer autorização para que as tropas participem de obras de engenharia.

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Corpos

Ontem, Jobim elevou para 17 o número de brasileiros mortos no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. Hoje, o subchefe de Controle do Estado Maior da Defesa, Paulo Zuccaro, descartou a possibilidade, cogitada anteriormente, de os corpos dos 14 militares brasileiros mortos no Haiti chegarem amanhã (17) ao Brasil.

De acordo com Zuccaro, o Brasil enviará hoje uma equipe de legistas para o país que examinarão os corpos, mas que a liberação depende também da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo o militar, os corpos se encontram "adequadamente preservados". "As famílias estão recebendo toda a assistência necessária e são as primeiras a serem informadas das decisões", completa.

Zuccaro não deu previsão de quando os corpos chegarão nem em que local, mas confirmou que deverá haver algum tipo de cerimônia em homenagem aos militares mortos. 






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