Chica Nunes, que trocou PSDB pelo DEM, mantém vários apadrinhados em cargos comissionados na gestão Wilson Santos, principalmente na Sanecap. Irmão Roberto Nunes e sobrinho Tiago são os articuladores
Mesmo no DEM, Chica manda no PSDB
Recém-filiada ao DEM, a deputada Chica Nunes deixou os quadros do PSDB, mas continua sendo uma das pessoas mais influentes dentro da agremiação. Mantem vários cargos na administração do prefeito tucano Wilson Santos. Na Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), por exemplo, a democrata conseguiu "segurar" diversos apadrinhados em funções de DAS. Um dos que operam nos bastidores para Chica é o seu irmão, ex-vereador Roberto Nunes, e também o sobrinho, o suplente de vereador Tiago Nunes. Chica conta com ao menos 20 pessoas indicadas na gestão Wilson.
Mesmo sob desgaste político, Chica joga pesado pela reeleição. Ela se diz "filha da Cuiabania" e defensora dos direitos da mulher. Sempre foi ligada ao grupo de Dante de Oliveira. Com a morte do ex-governador, em 2006, a deputada tentou uma maior aproximação com Wilson Santos, do mesmo PSDB, mas a relação política não foi das melhores. Ainda enquanto presidente da Câmara entre 2006 e 2007, Chica Nunes não dava trégua para o prefeito e conseguiu junto ao Executivo elevar o valor do repasse do duodécimo, hoje em R$ 1,8 milhão mensais. O prefeito, por sua vez, se via acuado, afinal dependia da então presidente do Legislativo para ver seus projetos aprovados em plenário.
Por causa das denúncias e do seu indiciamento por diversas irregularidades na Mesa Diretora, Chica perdeu o respaldo político do PSDB. A Juventude tucana chegou a fazer campanha pela desfiliação, o que acabou acontecendo. Mesmo assim, ela mantem vínculos fortes com o tucanato. Hoje, a parlamentar defende como candidato ao governo estadual o senador Jayme Campos, do seu partido, mas se mostra simpática também a uma aliança com o PSDB, que tem Wilson como pré-candidato ao Palácio Paiaguás. Chica é assim: do jeito que vier, ela topa. Seja com Jayme ou com Wilson, o que ela quer mesmo é garantir mais um mandato de deputada estadual para manter o foro privilegiado e evitar problemas mais sérios com a Justiça como, por exemplo, decretação de sua prisão, já que é acusado de liderar uma quadrilha que provocou rombo superior a R$ 6 milhões na Câmara Municipal de Cuiabá.
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