Para Acrimat, alternativa para melhorar o cenário seria redução de impostos, mas a Sefaz descarta uma nova redução na carga tributária
Pecuária passa por dificuldades em MT
Representantes da pecuária de Mato Grosso não veem boas perspectivas para o setor em 2010. A paralisação de 14 frigoríficos no Estado é responsável por comprometer 37% da capacidade total de abate, segundo dados divulgados nessa quarta-feira (14) pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Em vista disso, o setor acredita que a redução no preço do boi em pé no transporte intermunicipal do gado para abate é uma alternativa para dar um novo fôlego aos produtores. No entanto, o secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, adianta que essa opção está descartada, por entender que isso prejudica toda a cadeia, ao beneficiar a um só segmento.
O secretário enfatiza que os pecuaristas já foram beneficiados com a redução de 12% para 7% na alíquota do boi para abate no ano passado. De acordo com Moraes, a medida aplicada na região Nordeste do Estado, em que o governo reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o transporte da gado por 5 meses, de 7% para 3,5%, não será aplicado em todo o Mato Grosso.
Porém, o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, defende que a falta da desoneração pode agravar a condição de decadência da pecuária mato-grossense. Conforme ele, a desvalorização no preço médio da arroba do boi, que foi de quase 10% entre 2008 (R$ 73,11) e 2009 (R$ 66,43), provocada pela suspensão na atividade das plantas frigoríficas e também pelos efeitos da crise mundial que começou em 2008. Segundo ele, esses são indícios de que o setor está sofrendo com uma situação que não tem prazo para terminar. "Com as unidades paradas e em recuperação judicial não temos outra alternativa senão pedir o auxílio do governo do Estado", diz o produtor explicando ainda que a medida de desonerar a alíquota oferece opção de comercialização do gado para o pecuarista do Estado.
O analista da Bovinocultura de Corte o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, acrescenta que a paralisação dos frigoríficos prejudicou especialmente a região Noroeste de Mato Grosso, que teve 76% da capacidade de abate comprometida. No Nordeste do Estado, 86% do abate de gado foi suspenso. "Os produtores não têm por onde comercializar o seu gado, o que desvaloriza a arroba do boi".
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