Exportações: Dólar e demanda fracos fizeram MT encolher
O crescimento de 8,7% registrado pelas exportações mato-grossenses em 2009 ficaram muito aquém do incremento de 52% registrado na comparação entre o realizado em 2008 contra 2007. Naquele ano, as vendas passaram de US$ 5,13 bilhões para US$ 7,81 bilhões. Como explica do presidente em exercício da Fiemt, Jandir Milan, a perda de ritmo é reflexo da crise internacional, eclodida em setembro de 2008, que ainda perpetua um dólar desvalorizado frente ao real e que mantém a demanda externa com apetite de consumo menor.
Como frisa o dirigente, que também é industrial, “Mato Grosso seguiu alheio a tudo isso e fechou com crescimento, mesmo que em menor ritmo”.
O otimismo segue com Fiemt em 2010. As perspectivas são que de o exercício 2010 será superior ao verificado em 2009. “Com a receita obtida pelo Estado em 2009 (US$ 8,49 bilhões), chegamos num momento em que indicar percentuais de crescimento ao final do ano fica difícil, pelo volume faturado”.
Mesmo assim, traçando cenário, Milan aponta que atualmente os fundamentos sinalizam uma expansão ainda maior, pois grandes empresas exportadoras em atividade no Estado passam a operar em plena carga neste ano e elas agregam valor à nossa matéria-prima.
“Elas vendem, por exemplo, a carne, ao invés do grão in natura. Diante disso e da retomada da atividade pecuária, não há nada que nos mostre caminho inverso, mesmo sob um dólar desfavorável as exportações, estamos ampliando a base de empresas, de produtos e de mercados consumidores”.
RANKING - E o enfraquecimento do dólar – moeda de exportação – trouxe impacto aos municípios mato-grossenses com maior participação no mercado externo. Rondonópolis, por exemplo, um dos maiores pólos agroindustrial de Mato Grosso (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), manteve-se na liderança – posição cativa – porém, fechou 2009 com perdas de 15,53% sobre as receitas contabilizadas em 2008. O faturamento passou de US$ 1,09 bilhão em 2008 para US$ 923,85 milhões no ano passado.
Se a crise mundial prejudicou a maior cidade do sul-mato-grossense, contribui para expansão de mais de 60% da receita da agrícola Sapezal (460 quilômetros ao noroeste de Cuiabá). Se a perda do poder aquisitivo mundo afora fez os principais mercados consumidores do Estado optarem pela matéria-prima e não pelo produto semi-industrializado/industrializado, houve o favorecimento de Sapezal em detrimento de Rondonópolis. As vendas do município agrícola passaram de US$ 383 milhões para US$ 617 milhões. “Comprar grão de Sapezal, ficou mais barato, por exemplo, do que comprar o óleo de soja degomado feito em Rondonópolis. O mercado impôs esta troca”.
Em terceiro, quarto e quinto lugar do ranking estadual estão Sorriso, Cuiabá e Nova Mutum, que registram expansão de receita de 58,9%, 192% e 131%, respectivamente. Com exceção de Cuiabá – que teve vendas favorecidas pelas novas indústrias e pelo Porto Seco – todas as outras duas cidades são importantes produtoras de grãos. (MP)
Comentários