Anistia beneficia 80 policiais do Estado

Além de Mato Grosso, mais 7 Estados e o Distrito Federal tinham policiais excluídos do quadro da PM por este motivo

O soldado Rogério Sena da Silva disse que, depois que saiu da corporação, foi ameaçado diversas vezes. "Graças a Deus isso (anistia) aconteceu. Quando sai da Polícia, o bandido não esquece quem você foi".

A busca por anistia foi defendia inicialmente pelo senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), mas logo conseguiu o apoio de policiais e representantes de entidades civis organizadas de outros Estados. Sena lembra que em todo o país eram em torno de 300 PMs que foram excluídos ou respondiam processos.

Em Mato Grosso, as últimas expulsões aconteceram no ano passado e ocorreu porque os praças (cabos, soldados e sargentos) brigaram por aumento salarial. O governador do Estado, Blairo Maggi, só havia concedido a elevação salarial para os oficiais, que também possuem promoção na carreira.

O comandante da PM/MT, coronel Antônio Benedito Campos Filho, disse não sabia da decisão do Executivo federal, mas que irá cumpri-la. Ele afirmou que a expulsão dos policiais ocorreu porque eles não queriam sair às ruas para proteger a sociedade e que a decisão foi para resguardar a segurança da população. "E se os policiais militares do Brasil começarem a fazer greve? Não será o Comando Geral o responsável, porque não poderá fazer nada".

Campos Filhos argumentou também que Mato Grosso possui 6,8 mil policiais militares e que desses "somente" 8 ou 10 foram expulsos. "Isso quer dizer que tem alguma coisa errada com esses".

Em abril de 2007, os soldados Eudes Cardoso de Araújo Filho, Rogério Sena da Silva, Allan Revelino da Silva, Geovane Xavier do Nascimento, Alaíde Raquel dos Santos, Aline Rúbia Ferreira de Araújo, Eduardo Vitalino, Brás Damasceno Nóbrega, Luis Flávio Aguilera Benites, Elias Ribeiro da Silva, Rinaldo Luiz Siqueira, Gerson Benites Nonato, o soldado Reis e o cabo Nilton foram acusados de desrespeitarem o código de disciplina da PM ao participarem do protesto no 1º Batalhão, organizado pelas mulheres da Associação das Famílias Milicianas.