FHC diz que exemplo de Zilda Arns deve estimular todos brasileiros
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou nesta quarta-feira a morte da médica pediatra e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, uma das vítimas do terremoto que atingiu ontem o Haiti.
Em nota divulgada hoje, FHC destacou o trabalho feito por Zilda na Pastoral da Criança, que segundo ele contribuiu para reduzir as taxas de mortalidade infantil no Brasil. Para o ex-presidente, o trabalho que ela fez deve servir de exemplo e estimular "todos que desejam um Brasil melhor".
"Foi ela que mostrou como é possível, com a ajuda do trabalho voluntário, enfrentar os problemas sociais e reduzir o sofrimento dos mais pobres. Conseguimos baixar as taxas de mortalidade infantil, não apenas pela ação dos governos, mas pelo devotamento da drª Zilda e da Pastoral da Criança", diz FHC na nota.
O ex-presidente também prestou suas condolências à família, especialmente o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo e irmão de Zilda. Ele reiterou a declaração do religioso e disse que "a drª Zilda Arns morreu abraçada à causa à qual dedicou sua vida".
Zilda estava em missão no país e faria uma palestra nesta quarta-feira. Segundo informações preliminares, na hora do terremoto, Zilda estaria caminhando pelas ruas de Porto Príncipe, ao lado de alguns militares brasileiros, quando foi atingida pelos escombros de um prédio. Outros dez militares brasileiros também morreram em consequência do terremoto e outros cinco ficaram feriados.
Médica pediatra e sanitarista, Zilda fundou e coordenava a Pastoral da Criança no Brasil, órgão de ação social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Terremoto
Um forte terremoto abalou o Haiti na terça-feira (12), destruindo prédios e matando um número ainda incerto de pessoas, em um dos países mais pobres do mundo. Sem levantamentos oficiais e em meio a um colapso nas comunicações, fontes médicas e humanitárias preparam-se para a possibilidade de haver milhares de mortos, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades que fazem parte da força de paz das Nações Unidas, liderada há cinco anos pelo Brasil. Diversos países e entidades internacionais mobilizam-se para ajudar o país.
O terremoto de magnitude 7 aconteceu às 16h53 (19h53 em Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.
O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da ONU (Minustah) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1.300 homens na região.
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