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Agronegócios
Quarta - 13 de Janeiro de 2010 às 07:54
Por: Fabiola Gomes

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A comercialização do milho no mercado interno é lenta neste início de ano. O alto nível de estoques pressiona os preços, que não estimulam a venda. Na primeira semana de 2010, o indicador Esalq/BM&FBovespa, base Campinas, fechou em R$ 20,18 a saca de 60 quilos, alta de 0,2%.

No norte do Paraná são poucos os negócios, mas no sudoeste do Estado a movimentação dá leve sinal de melhora. Nesta região, os produtores pedem R$ 17/saca, mas há registros de venda de pequenos lotes a R$ 16,50/saca, preço ligeiramente superior ao da semana anterior.

Levantamento da consultoria mineira Céleres indica que o plantio de milho segunda safra (safrinha) deve crescer 6,8% em 2009/2010, para 5,013 milhões de hectares. O incremento permitirá uma recuperação do plantio, que no verão foi reduzido em favor da soja. Consideradas as duas safras de milho, a área a ser cultivada em 2009/2010 deverá totalizar 13,079 milhões de hectares, 5,5% menor que a de 2008/2009.

Para a safrinha deste ano, o maior aumento de área deve ocorrer em Mato Grosso, onde a Céleres estima um avanço de 11,3% na área, que totalizaria 1,7 milhão de hectares. Como os produtores de soja anteciparam o plantio, abriu-se "uma janela de plantio excelente para a 2ª safra e o produtor deverá investir na cultura apesar dos baixos preços praticados no presente", diz a consultoria Céleres.

A consultoria destaca a possibilidade de aumento de produtividade das lavouras de milho safrinha, estimado em 14,6%, para 3.865 quilos por hectare. Se concretizadas as projeções de área e rendimento, a safra de milho safrinha pode chegar a 18,475 milhões de toneladas, aumento de 22,4% sobre o ciclo anterior.

Neste cenário de ampla oferta, o Brasil dependerá do aumento das exportações para enxugar os estoques locais. A Céleres estima que, com aumento da demanda doméstica em 3,7% e da produção em 8,9%, as exportações brasileiras em 2009/2010 devem ser de 8,5 milhões de toneladas.

Analistas observam que há um descolamento entre o preço ofertado e o valor pedido por vendedores. De modo geral, fala-se em indicação de preço no porto de Paranaguá em R$ 18/saca. O analista de mercado da Safra Sul, José Gilmar Carvalho de Oliveira, ressalta que o câmbio ainda dificulta a realização de negócios. Na região de Campos Gerais, mais próxima de Paranaguá, o comprador oferece R$ 19/saca para o produto posto no porto, mas o vendedor pede entre R$ 20 e R$ 21/saca.

O preço de exportação, entre US$ 175 e US$ 180 por tonelada, está dentro da média. "É um valor bom, mas o câmbio não ajuda", diz outro corretor. Ele considera provável que as exportações sejam retomadas com a entrada da safra de verão, período em que os produtores precisarão abrir espaço em armazéns.

MERCADO EXTERNO

As exportações de milho encerraram 2009 com aumento de 21,9%, totalizando 7,765 milhões de toneladas. Apesar do aumento no volume embarcado, o Brasil exportou milho a um preço mais baixo em 2009. O Ministério da Agricultura apontou queda de 22% no valor médio da tonelada embarcada no ano, que recuou para US$ 162/tonelada, ante US$ 208/tonelada, em média, em 2008.

Em Mato Grosso, o mercado está parado, enquanto vendedores aguardam pela confirmação de novo leilão de apoio ao escoamento da safra, conta o analista de mercado da AgRural, Rodrigo Nunes. O governo confirmou na quinta-feira que estuda esta possibilidade, mas não há previsão de quando seria feita a operação.

No Rio Grande do Sul, as lavouras apresentam boas condições. A forte chuva que atingiu o Estado provocou perdas pontuais nas áreas de milho. A Emater trabalha com estimativa de área plantada de 1,282 milhão de hectares, 7,66% menor que na safra 2008/2009. Mesmo com a redução de área, a produção deve superar 1 milhão de toneladas, por causa da expectativa de melhora na produtividade.






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