Contrariando a decisão do PMDB de lançar Silval Barbosa ao governo, prefeito de Rondonópolis poder sofrer sanções inclusive com a perda do mandato
PMDB já fala em expulsar Zé do Pátio
Na primeira reunião de trabalho da semana, na manhã de ontem, o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) tratou do polêmico apoio do prefeito de Rondonópolis, o peemedebista Zé Carlos do Pátio à candidatura de Wilson Santos (PSDB) ao governo do Estado. O primeiro a entrar na sala do vice-governador foi o cacique do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra. A postura de Pátio, conforme Bezerra, pode levá-lo a ser expulso do partido.
Contudo, a cúpula do PMDB mantém um discurso destoante sobre o assunto. Ontem à tarde, Silval mostrou-se cauteloso e evitou polemizar sobre as declarações do seu colega de partido.
Causando uma situação constrangedora durante da 26ª Corrida de Reis, no último domingo em Cuiabá, o prefeito de Rondonópolis, no mesmo evento com o companheiro de partido e candidato a governador, Silval, chamou o prefeito Wilson de “meu governador”. Ele vem reafirmando o apoio ao tucano em retribuição a contribuição de Wilson na campanha em que se elegeu prefeito de Rondonópolis, em 2008.
Embora seja do mesmo partido de Pátio, Silval apoiou a reeleição do candidato derrotado, Adilton Sachetti, aliado do governador Blairo Maggi (PR).
“É uma atitude leviana principalmente com a cidade de Rondonópolis que precisa de um administrador com postura madura, de estadista, para alcançar uma administração bem-sucedida. É uma posição isoladíssima que deve mudar”, avaliou Carlos Bezerra, que continua apostando na mudança de postura de Pátio.
O cacique do PMDB acredita que a atitude do prefeito rondonopolitano não trará nenhum efeito negativo à candidatura de Silval. Segundo Bezerra, Pátio não é apoiado, nem mesmo, pelos vereadores da cidade. “Fica complicado para ele [Zé Carlos do Pátio] porque ele vai ter que aceitar Silval. Se ele não fizer isso eu já não sei”, adverte o presidente do PMDB.
Apesar da iminente possibilidade do peemedebista - que confirma que não seguirá a diretriz estadual do partido - ser expulso da sigla, Carlos Bezerra preferiu deixar a definição para após a homologação da candidatura de Silval, em junho, quando acontece as convenções partidárias, as quais homologam as candidaturas para a eleição de outubro próximo.
“Depois de lançada a candidatura, todos do partido devem apoiar. Aí, se Pátio continuar apoiando o Wilson, os membros do partido poderão representar contra ele, pedindo sua expulsão”, sublinha Carlos Bezerra.
Apesar de o partido não ter adotado nenhuma medida contra Pátio, o desgaste com as declarações dele tem sido cada vez mais visível internamente na sigla. Bezerra, que tem a sua principal base eleitoral em Rondonópolis, está cada vez mais afastado da administração do seu correligionário.
No aniversário de Rondonópolis, no dia 10 de dezembro, quando a cidade completou 56 anos, o cacique peemedebista, muito o vice-governador participou das atividades festivas promovidas pelo prefeito.
GABINETE LOTADO - Na manhã de ontem, o gabinete do vice-governador Silval Barbosa esteve movimentado. Além de Carlos Bezerra, Silval recebeu outras lideranças do partido como o deputado Antônio Brito; o suplente do PMDB na Assembléia Legislativa, Nataniel de Jesus; e o vereador Arnaldo Penha, empossado após a cassação de Lutero Ponce. Entre os partidários, a postura de José Carlos do Pátio durante a Corrida de Reis também não foi vista com bons olhos.
Comentários