Antonio Cavalcante, o Ceará, do MCCE, lamenta a omissão diante daqueles que "corroem" cofres públicos, o que tem tornado MT um dos Estados onde há muitos escândalos sobre corrupção na política
MCCE vê silêncio geral diante da corrupção
Ceará entende que o medo acaba calando as pessoas. Ele mesmo já sentiu na pele a intimidação política que sufoca Mato Grosso. Em 2008, uma semana após ter feito representação contra Júlio Campos, foi seguido e ameaçado na rua juntamente com a filha. Registrou ocorrência, mas nada foi feito até hoje. “Posso estar sozinho, mas me sinto como um cidadão que faz sua parte”, relata. Aponta como prova de que o povo não se integra politicamente é o fato de apenas 10% do eleitorado mato-grossense ter assinado o movimento “Ficha Limpa”. O quadro, segundo Ceará, demonstra que falta também mobilização das entidades sindicais para ajudar no envolvimento da população.
Para se ter uma ideia, das 36 entidades que assinaram participação no MCCE em 1999, só três ainda continuam, sendo elas a Subsede do Sintep de Cuiabá, onde o coordenador do Movimento trabalho, a OAB e a ONG Moral. O restante das entidades está inserida, mas não comparece aos atos propostos. Mesmo assim, a luta continua e o MCCE se orgulha de ter conseguido a cassação do primeiro deputado federal por Mato Grosso por compra de votos. Trata-se de Rogério Silva. Destaca que também levantou a questão da improbidade administrativa da vereadora e deputada Chica Nunes. Houve ainda atenção da mída nacional quando o movimento lavou a calçada do antigo prédio da Assembleia Legislativa por causa do escândalo envolvendo membros da Mesa Diretora da época, como José Riva e Humberto Bosaipo.
De acordo com Ceara, uma década depois, nada mudou. Os escândalos se sucedem e, observa, se a sociedade não tomar conta dos recursos públicos, tudo tende a piorar. Para controlar e assegurar que os políticos saibam que há alguém de olho é que Ceará encara a missão de receber e investigar denúncias sozinho. Ele prefere centralizar os indícios para que dados não vazem antes da hora. Atualmente, sem dar números, ele conta que todos os partidos, sem exceção, têm algum tipo de investigação em andamento pelo MCCE.
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