MT vai continuar sem gás natural
A retomada no abastecimento do gás natural boliviano a Mato Grosso ainda não tem previsão. A afirmação foi repassada nesta sexta-feira (8) pelo secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, ao informar que a chegada do combustível ao Estado depende de uma autorização formal da Agencia Nacional de Hidrocarburos (ANH), da Bolívia. Ele confirma que já foram assinados os documentos entre a GasOcidente e a Termelétrica Mário Covas, ambos administrados pela Empresa Pantanal Energia (EPE), para garantir o transporte do gás até Cuiabá. Esses contratos, porém, têm validade somente até o dia 31 deste mês.
O secretário explica que são necessários cerca de 15 horas para que o gás chegue aos 6 postos de combustível do Estado, a partir do momento em que a ANH liberar o fornecimento do produto. "Esse tempo é necessário para comprimir o gás e levar às revendedoras".
Enquanto isso, os motoristas de veículos adaptados ao gás terão que continuar optando pelo outro combustível. A falta do produto já dura 39 dias. O impasse teve início em dezembro do ano passado quando o governo anunciou que a Térmica e a GasOcidente não haviam renovado o contrato para o transporte do produto.
Em justificativa, o diretor-presidente da EPE, Fábio Garcia, reafirma ser inviável para a Usina continuar bancando os gastos com gasoduto, que mensalmente totaliza em torno de R$ 2 milhões. De acordo com ele, desde as últimas semanas o governo do Estado, EPE e GasOcidente estão se reunindo para discutir um novo contrato de transporte do gás. O contrato temporário divulgado no dia 15 de dezembro de 2009 previa nos próximos dias o transporte de 20 mil m3 de gás por dia para abastecer os clientes da MT Gás.
De acordo com o governo, a cúpula formada irá buscar soluções tanto para o restabelecimento do fornecimento do gás ao mercado estadual quanto para a geração de energia na Usina Termelétrica de Cuiabá. O secretário da Sicme, no entanto, não descarta a possibilidade de que, se restabelecendo o fornecimento do combustível neste mês, o gás volte a faltar já no início de fevereiro.
Mato Grosso tem um contrato firmado com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos e Fiscales Bolivianos (YPFB) garantindo o fornecimento de 35 mil metros cúbicos diários de gás durante 10 anos, assinado em setembro de 2009. Mas o diretor-presidente da EPE, acredita que a situação do mercado local depende do funcionamento da térmica. "Não vejo outra alternativa para o Estado se tratando do comércio de gás se a Usina não estiver em operação".
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