Três de 14 regiões recuperam perdas com crise na indústria, diz IBGE
Três das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já recuperaram, na indústria, as perdas sentidas após o agravamento da crise global, a partir de setembro de 2008. Os dados do instituto mostram que Goiás, Ceará e Pernambuco estão com o nível de suas respectivas produções industriais acima do patamar observado antes da turbulência na economia mundial.
De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional relativa a novembro do ano passado, divulgada nesta sexta-feira, Goiás tem alta de 8,9% na comparação com setembro de 2008; Pernambuco tem crescimento de 0,6% frente àquele mês, e o Ceará apresenta incremento de 0,3% na mesma relação.
A Bahia se aproxima de patamar positivo frente a setembro de 2008, já que registra perdas de apenas 0,2% sobre o último mês antes da crise, no qual a indústria brasileira apresentou números extremamente positivos.
Retomada
Economista da área de coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, avaliou que as regiões que já começam a retomar níveis similares ou superiores ao período pré-crise têm suas produções voltadas principalmente para o mercado interno.
"Essas regiões tiveram também perdas menos significativas no período posterior à crise", complementou Macedo.
Por outro lado, apesar de terem tido forte avanço ao longo de 2009, outras regiões com influência na produção industrial nacional ainda encontram-se abaixo dos níveis pré-crise. Minas Gerais, por exemplo, tem perda de 10,7% sobre setembro de 2008. Na mesma situação estão Pará (-8,9%), Rio Grande do Sul (-7,5%), Amazonas (-6,6%), Santa Catarina (-6,5%), Espírito Santo (-5,1%), São Paulo (-4,4%), região Nordeste (-2,3%), Rio de Janeiro (-2,2%) e Paraná (-0,8%).
Em relação ao resultado de novembro, Macedo destacou o quinto crescimento consecutivo da produção industrial paulista, na comparação com o mês imediatamente anterior -- alta de 1,6%. Representando cerca de 40% de toda a produção nacional, a alta de São Paulo não foi suficiente para segurar a variação positiva da indústria nacional, que caiu 0,2%.
"Os dados de novembro, para o Brasil, revelaram dados positivos para os setores de bens de capital e bens intermediários, que têm representação significativa em São Paulo. A alta desses setores, em São Paulo, pode ter compensado a queda na produção de bens duráveis, que é mais espalhada por todo o Brasil", afirmou o especialista.
Na comparação com novembro de 2008, houve alta em 13 das 14 regiões avaliadas. Dado tão positivo não era verificado desde setembro de 2008, quando foi registrada alta em todas as regiões. Macedo lembrou que novembro foi o primeiro mês no qual a indústria sentiu o baque maior em função da crise, e que, por isso, a base de comparação é bastante fraca.
"A única queda foi constatada no Pará, onde os efeitos da crise não foram sentidos em novembro de 2008. Naquele mês, a produção industrial local havia subido em relação a igual mês do ano anterior", observou.
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