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Nacional
Sexta - 08 de Janeiro de 2010 às 12:12
Por: Catia Seabra

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Diante do desafio de sobreviver à polarização de PT e PSDB com pouco mais de um minuto diário no horário eleitoral, a pré-candidata à Presidência, a senadora Marina Silva (AC), estará sob a "direção" do cineasta Fernando Meirelles --do filme "Cidade de Deus"-- para a gravação do programa que o PV levará ao ar no dia 10 de fevereiro.

Segundo a senadora, Meirelles vai colaborar voluntariamente com a sua candidatura. "Já conversamos sobre o olhar para o programa", contou Marina, sem adiantar se Meirelles terá um papel na coordenação de sua eventual campanha à Presidência da República.

Mais uma vez, Marina vai monopolizar o programa. A contribuição de Meirelles é mais uma tentativa de driblar as restrições impostas à candidatura de Marina, como a debilidade de palanques estaduais e a falta de tempo na TV.

Sem perspectivas de ampliação do leque de alianças, Marina diz que já processou "essa desvantagem". "Obviamente não temos a estrutura que têm as outras candidaturas, até porque estão dentro de máquina de governo, e não queremos extrapolar os aspectos da legalidade", reconheceu Marina, ao falar de limitações para agenda de viagens pelo país.

Marina se reuniu ontem com coordenadores da sua pré-campanha para discutir alternativas para driblar as dificuldades. Ao lado do potencial candidato a vice-presidente, o empresário Guilherme Leal (da Natura) disse apostar, por exemplo, nas novas mídias.

"Se quiser ir para o processo [eleitoral] no enquadre tradicional da política, você vai achar que não tem as ferramentas", admitiu o empresário.

Apesar das dificuldades, Marina chama de "plantação" os rumores de que desistirá em favor do governador José Serra (PSDB). Segundo Marina, "se essas coisas aparecem, têm algum interesse político".

"Estamos trabalhando em pleno início de ano. Talvez as pessoas estejam preocupadas com isso e ficam plantando esse tipo de coisa", disse Marina, para quem o boato pode ter origem no PT ou no PSDB.

Serra

Entre os obstáculos enfrentados por Marina, está a resistência que sofre por integrantes do próprio PV. Além disso, a participação de verdes do governo federal ou em São Paulo pode produzir embaraços.

Um dos 20 coordenadores da pré-campanha de Marina, o secretário municipal do Verde de São Paulo, Eduardo Jorge, elogiou ontem publicamente o governador José Serra.

"O projeto José Serra/Gilberto Kassab é dotar a cidade de cem parques. E distribuídos de forma democrática", discursou Eduardo Jorge, minutos antes de trocar palavras, ao pé do ouvido, com Serra.

Eduardo Jorge nega que sua escalação na coordenação sirva de ponte para aliança nacional com o PSDB. "Fui convidado pela senadora Marina Silva", justificou-se Eduardo Jorge antes da inauguração do parque Villas-Boas, na zona leste.

Na inauguração do parque, uma iniciativa do Estado e da prefeitura, o deputado Bruno Covas disse torcer que a parceria se reproduza no Planalto.

"É muito difícil chegar para cada pessoa e dizer: "Não fala". A gente faz. Um ou outro escapa. Nessa altura do campeonato, não tem tanta importância", alegou Serra.






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