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Educação/Vestibular
Sexta - 08 de Janeiro de 2010 às 10:32

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A realização do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), que avalia a qualidade do ensino nos cursos superiores brasileiros, pode ficar a cargo do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UnB) a partir de 2010. A proposta foi aventada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, informou a assessoria do Ministério da Educação (MEC).

O anúncio de reformulação ocorre poucos dias depois de mais 43 questões do Enade de 2009 terem sido anuladas por conterem erros nas respostas. Com estes novos casos, o total de questões canceladas das 22 provas chega a 54 - o que, em termos percentuais, é um recorde na história do exame.

A mudança para o Cespe indica uma mudança no modo como o MEC encara a natureza de exames do porte do Enade - e fecha com as mudanças já sugeridas por Haddad também para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para Haddad, exames dessa magnitude - escala nacional e participação de centenas de milhões de inscritos - exigiria, preferencialmente, uma estrutura permanente.

Em 2009, o Enade e o Enem foram realizados por processo licitatório, e ambos seriam, a princípio, feitos novamente através de licitação em 2010. O problema das questões anuladas no Enade e os desafios enfrentados durante o Enem têm levado Haddad a defender a existência de um acordo permanente para a formulação e a aplicação destes exames, em modo similar ao existente entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest).

Por ocasião do anúncio de Joaquim José Soares Neto como novo presidente Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela coordenação destes e outros exames de avaliação da educação no Brasil, Haddad comentou que "exames grandes com 200 mil, 300 mil, 400 mil também sofrem grandes problemas. Estamos tendo problemas na área de avaliação e de concurso. Isso depende de uma estabilização de regras para darmos mais segurança. São questões muito sérias que a licitação de 2009 (do Enem) trouxe à tona".

Joaquim José Soares Neto presidiu o Cespe até o final do ano passado, quando o então presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, pediu demissão após desgaste com a aplicação do novo Enem.

Para que os exames prescindam do modelo licitatório, no entanto, uma série de medidas devem ser analisadas junto, por exemplo, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU).

Um primeiro passo, no entanto, já foi dado: uma medida provisória (MP) de 30 de dezembro de 2009 que permite a contratação de professores de universidades públicas para a elaboração das provas - o que viria a ser necessário com a participação a longo prazo do Cespe, ligado à Universidade de Brasília, uma instituição federal.

Em 2005, primeiro ano de aplicação do Enade, foram avaliadas 13 áreas do conhecimentos, com um total de 143.170 convocados. Seis anos depois, em 2009, 22 cursos foram avaliados - com a novidade da inclusão de cursos superior de tecnologia. Um total de 1.103.173 estudantes foram convocados. Destes, 681.206 alunos são ingressantes e 421.967 são concluintes.

Além de avaliar a qualidade dos cursos de graduação - e não do desempenho individual dos estudantes - o Enade agrupa dados sócio-econômicos sobre o perfil dos estudantes brasileiros.

Em 2009, o Enade foi realizado pela Consulplan.





Fonte: Terra

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