Álcool é mais vantajoso

Apesar do preço do litro do álcool ter sido reajustado em 13% na última semana nos postos de Cuiabá e Várzea Grande, o combustível continua sendo vantajoso em relação à gasolina. O preço médio do etanol hidratado praticado na Capital (R$ 1,79) representa 64,1% do valor do derivado do petróleo (R$ 2,79). É viável economicamente abastecer com álcool até quando o percentual é de 70%. No Estado, a situação não é diferente. O etanol é vendido por uma média de R$ 1,608 (litro), representando 57,76% do preço da gasolina, de R$ 2,784 (litro), segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em Mato Grosso, o etanol hidratado deixaria de ser competitivo se o valor do litro ficar acima de R$ 2, desconsiderando qualquer alteração no valor da gasolina. Conforme a pesquisa da ANP, o etanol combustível segue competitivo no tanque dos carros flex fuel em outros seis estados: Goiás (62,80%), Tocantins (65,84%), Pernambuco (66,51%), e Paraná (67,60%). A gasolina está mais vantajosa no Rio Grande do Sul (preço do etanol é 80,83% do valor da gasolina), Roraima (80,07%), Piauí (77,53%), e Pará (77,45%).

Gasolina - O preço da gasolina deve sofrer reajuste provocado pelo aumento no preço do álcool nas distribuidoras que abastecem os postos de Cuiabá e região. O superintendente da Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos, explica que, quando há aumento no preço do etanol hidratado, consequentemente, sobe o preço da gasolina, já que na composição desse combustível há 25% de etanol anidro. "Apesar dos produtos serem distintos, porque anidro (etanol) não contém água, diferente do hidratado, a origem de produção é a mesma".

Mas o presidente do Sindicato do Comercio Varejista de Derivados do Petróleo de Mato Grosso (Sindipetroleo), Fernando Chaparro, avisa que, por enquanto, não haverá grandes modificações no preço da gasolina. Segundo ele, as distribuidoras ainda mantêm os mesmos preços. "Até então se tiver reajuste será de centavos".

Mistura- Na próxima semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidirá se haverá ou não redução no percentual de mistura de etanol à gasolina. A decisão, porém, será tomada no âmbito do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), que é integrada pelos ministérios da Agricultura, Minas e Energia, da Fazenda, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Atualmente, a gasolina vendida no Brasil possui 25% de etanol adicionado. Se o percentual for reduzido, a oferta de álcool no mercado aumentará.