Fundação MT recomenda técnicas para controle da ferrugem
Produtores rurais de Mato Grosso precisam redobrar a atenção com o monitoramento da lavoura de soja, principalmente com a ferrugem asiática. Dados oficiais do Consórcio Antiferrugem (composta pela Embrapa e outras instituições de pesquisa) mostram que o número de focos da doença registrados no estado na safra atual é maior do que na safra passada.
“Desde o início da safra alertamos os produtores quanto a incidência desta terrível doença que este ano chegou mais cedo e expandiu mais rápido comparado às últimas safras ”, lembra Fabiano Siqueri, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT.
A vigilância constante é uma das principais armas que o produtor deve utilizar para combater o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem da soja. “É importante que se faça vistorias com a maior freqüência possível na lavoura para que assim acompanhe o aparecimento da doença, além de monitorar também regionalmente. Isso já é um grande passo para alcançar sucesso no controle da doença”, ressalta Siqueri.
Com as condições climáticas favoráveis, presença disseminada do fungo, o manejo correto e eficiente é primordial para se evitar perdas elevadas na produção. Intervalos de aplicações menores devem ser cogitados, visto que a virulência do fungo aparentemente também está maior neste ano. Por isto, produtor e equipe devem estar atentos para não perder o momento certo de aplicar o fungicida. “É importante fazer pulverização com boa qualidade, usar as doses recomendadas de fungicidas e utilizar impreterivelmente combinações de triazóis com estrobilurinas em todas as aplicações”.
Para os produtores que plantaram a soja Inox (TMG 801 e TMG 803), resistente à ferrugem asiática, Siqueri alerta que aplicações também se farão necessárias, assim como foram recomendadas em eventos e publicações da Fundação MT. “A resistência sozinha não salva a lavoura, ela é uma ferramenta. É importante que o controle químico também seja adotado, visando entre outras coisas, diminuir o risco de quebra de resistência dos materiais Inox”.
No ranking dos estados brasileiros com maior incidência da ferrugem da soja, segundo o Consórcio Antiferrugem, Mato Grosso aparece em quarto lugar, com 54 focos. O terceiro estado em que o fungo mais atacou até o presente momento é Mato Grosso do Sul, com 73 focos. Paraná é o segundo estado com maior registro da doença, com 78 focos e as lavouras de Goiás já tem 200 focos registrados da ferrugem.
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