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Dado se refere ao período entre 2007 e 2009. Crime é considerado de extrema perversidade.
Latrocínios crescem 111% em dois anos em Cuiabá
O número de latrocínios aumentou 111% nos últimos dois anos em Cuiabá. Os dados da Polícia Civil apontam que em 2007 nove pessoas morreram durante assaltos entre janeiro e novembro. No mesmo período deste ano o registro saltou para 19. A tendência de aumento é preocupante pela brutalidade com que os roubos seguidos de morte acontecem e revela que os criminosos estão ficando mais violentos.
Geralmente o assalto que acarreta a morte da vítima envolve bens de pequeno valor. A progressão dos números ano a ano mostra que em 2008 a polícia registrou três casos a mais que no ano anterior na Capital nos 11 meses, com 12 assassinatos. No ano de 2009, foram sete ocorrências a mais que em 2008.
“O latrocínio tem um grau de perversidade muito grande. São dois crimes praticados ao mesmo tempo e realizados por criminosos que já perderam todo referencial de valor humano. Por qualquer motivo, ou por nenhum motivo, apertam o gatilho. Não se contentam em roubar, querem subjugar a vítima ao máximo”, avalia o coordenador do Núcleo de Estudos da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso, Naldson Ramos.
O índice também cresceu em Várzea Grande, segunda maior cidade do Estado, com um acréscimo de 85,7% de 2007 para 2009. Enquanto naquele ano foram sete registros de latrocínio entre janeiro e novembro, em 2009 o número de assassinatos decorrentes de assaltos subiu para 13. Em 2008 foram 10 casos.
Apesar da violência extrema empreendida contra as vítimas, a maioria dos crimes não envolve o roubo de grandes somas financeiras ou de objetos de alto valor, segundo o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande, Francisco Kunze. “No geral o bem roubado é de pequena monta e os bandidos mais problemáticos são os inexperientes, que se assustam com qualquer reação ou movimento brusco da vítima e, então atiram no impulso”, falou.
Um dos casos que mais chocou Cuiabá este ano foi a morte do publicitário Cleiton Santiago em maio. Ele estava em uma sorveteria na avenida Coronel Escolástico com amigos, usando um notebook, quando três assaltantes os abordaram. Cleiton teria se mexido e um dos bandidos acertou um disparo na cabeça da vítima, atingindo-o, depois, novamente. Apenas dois suspeitos do crime foram presos.
O pesquisador da UFMT frisa que além da índole do criminoso, e da tentativa de eliminar testemunhas do roubo, o crime é estimulado pela sensação de impunidade, fruto da deficiência da polícia, e pelo descrédito na Justiça dos que chegam a responder processos.
“Temos um sistema que estimula a reincidência. Mesmo quando o bandido é alcançado pela Justiça, ele volta para o crime ou, então, mesmo preso, continua comandando a prática criminosa. Ser condenado a 10, 15 anos para essas pessoas não faz diferença”, analisa Ramos.
O promotor de justiça Antônio Cordeiro Piedade salienta ainda que a pena no Brasil para o crime de latrocínio é alta, pode chegar a até 30 anos de prisão, mas que a progressão de regime se obtém facilmente. “A nossa legislação processual é muito branda na concessão do regime aberto. Não há sequer uma avaliação do reeducando. Para ser solto, basta ele cumprir o tempo mínimo exigido no regime fechado, de três quintos ou dois quintos da pena”.
Geralmente o assalto que acarreta a morte da vítima envolve bens de pequeno valor. A progressão dos números ano a ano mostra que em 2008 a polícia registrou três casos a mais que no ano anterior na Capital nos 11 meses, com 12 assassinatos. No ano de 2009, foram sete ocorrências a mais que em 2008.
“O latrocínio tem um grau de perversidade muito grande. São dois crimes praticados ao mesmo tempo e realizados por criminosos que já perderam todo referencial de valor humano. Por qualquer motivo, ou por nenhum motivo, apertam o gatilho. Não se contentam em roubar, querem subjugar a vítima ao máximo”, avalia o coordenador do Núcleo de Estudos da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso, Naldson Ramos.
O índice também cresceu em Várzea Grande, segunda maior cidade do Estado, com um acréscimo de 85,7% de 2007 para 2009. Enquanto naquele ano foram sete registros de latrocínio entre janeiro e novembro, em 2009 o número de assassinatos decorrentes de assaltos subiu para 13. Em 2008 foram 10 casos.
Apesar da violência extrema empreendida contra as vítimas, a maioria dos crimes não envolve o roubo de grandes somas financeiras ou de objetos de alto valor, segundo o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande, Francisco Kunze. “No geral o bem roubado é de pequena monta e os bandidos mais problemáticos são os inexperientes, que se assustam com qualquer reação ou movimento brusco da vítima e, então atiram no impulso”, falou.
Um dos casos que mais chocou Cuiabá este ano foi a morte do publicitário Cleiton Santiago em maio. Ele estava em uma sorveteria na avenida Coronel Escolástico com amigos, usando um notebook, quando três assaltantes os abordaram. Cleiton teria se mexido e um dos bandidos acertou um disparo na cabeça da vítima, atingindo-o, depois, novamente. Apenas dois suspeitos do crime foram presos.
O pesquisador da UFMT frisa que além da índole do criminoso, e da tentativa de eliminar testemunhas do roubo, o crime é estimulado pela sensação de impunidade, fruto da deficiência da polícia, e pelo descrédito na Justiça dos que chegam a responder processos.
“Temos um sistema que estimula a reincidência. Mesmo quando o bandido é alcançado pela Justiça, ele volta para o crime ou, então, mesmo preso, continua comandando a prática criminosa. Ser condenado a 10, 15 anos para essas pessoas não faz diferença”, analisa Ramos.
O promotor de justiça Antônio Cordeiro Piedade salienta ainda que a pena no Brasil para o crime de latrocínio é alta, pode chegar a até 30 anos de prisão, mas que a progressão de regime se obtém facilmente. “A nossa legislação processual é muito branda na concessão do regime aberto. Não há sequer uma avaliação do reeducando. Para ser solto, basta ele cumprir o tempo mínimo exigido no regime fechado, de três quintos ou dois quintos da pena”.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/146955/visualizar/
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