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Economia
Terça - 05 de Janeiro de 2010 às 09:27

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Brasil atingiu no ano passado a marca de 3,010 milhões de unidades de veículos, num terceiro recorde anual consecutivo, que já era esperado após 12 meses de benefícios concedidos pelo governo, com redução do IPI e fomento do crédito às vendas do setor.

Segundo informações antecipadas por uma fonte do setor, as vendas de automóveis e comerciais leves novos no Brasil em dezembro cresceram cerca de 16,5% ante novembro e saltaram mais de 50% em relação a dezembro de 2008.

Em dezembro de 2008, o desempenho das montadoras foi prejudicado pela crise financeira global. Em meados daquele mesmo mês, o governo brasileiro anunciou o corte do IPI sobre carros, o que permitiu que a indústria retomasse a trajetória de crescimento.

As vendas em dezembro somaram 277.966 unidades, com uma média diária de emplacamentos de 12.635 nos 22 dois dias úteis do mês, disse uma fonte do setor com acesso aos dados de licenciamento de carros. Foi um avanço de 51,1% quando comparado a dezembro de 2008.

A Fenabrave, associação de concessionárias de veículos, divulgará hoje o dado consolidado de vendas de dezembro e do acumulado de 2009. A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, vai apresentar números que incluem produção e exportações na quinta. Para 2010, a previsão de vendas da Anfavea é de alta de 9,3% sobre 2009, para 3,4 milhões de unidades, incluindo ônibus e caminhões.

Na opinião da economista Mariana Oliveira, da consultoria Tendências, este ano deve ser bastante positivo para o setor automotivo, apesar do forte movimento de antecipação de compras pelos consumidores interessados em aproveitar a redução do IPI, medida que foi prorrogada por três vezes.

Segundo ela, os juros para financiar automóveis devem continuar estáveis pelo menos até setembro e a melhora na massa salarial continuará, embasada na perspectiva positiva para a atividade econômica em geral. "Isso deve dar um fôlego adicional que não vem dos incentivos do IPI", observou.

Outro movimento esperado pela consultoria para 2010, por causa da recuperação da atividade econômica do País, é o aumento gradual na participação de veículos da faixa média de preços - entre 30 mil e 40 mil reais - em relação aos populares, que chegaram a representar quase 56% das vendas em agosto do ano passado antes de recuarem a 52 % em novembro.

"Com a crise, a participação de populares voltou a ser maior. Com a superação dela, temos a expectativa de que retorne a venda de veículos na faixa intermediária de preços", afirmou Mariana.

O movimento de vendas de veículos mais caros pode trazer embutida uma participação maior de veículos importados no mercado brasileiro, após a desvalorização de mais de 25 % do dólar ante o real em 2009 e o excesso de capacidade produtiva internacional.

Em 2008, a participação dos importados nas vendas internas foi de 13,3%. Em novembro do ano passado, essa fatia estava em 18,1%.




Fonte: Reuters

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