Juiz se diz animado para disputar o governo

   Na amostragem estimulada do Ibope, feita entre 13 e 17 de novembro com 504 entrevistas na Capital e com margem de erro de 4% para mais ou para menos, quem apareceu em primeiro lugar para o Paiaguás foi o empresário Mauro Mendes (PSB). O prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB) surgiu com 18%. O senador Jayme e o vice-governador Silval foram lembrados por 8%, seguido de Julier, que havia chegado a 7%, ou seja, empatado tecnicamente com o democrata e o peemedebista. Esses números diferem de outras amostragens, que apontam Wilson em primeiro lugar, enquanto Silval, Mendes e Jayme estariam "embolados" na segunda colocação.

    Julier é um juiz polêmico. Sua atuação divide opiniões. No conceito da sociedade é classificado como "operador do direito linha dura, corajoso e destemido na luta contra a corrupção". Alguns o tem, por outro lado, como inconsequente e que estaria atuando na magistratura com viés político em alguns casos e lembram até que fora militante do PT antes de ocupar a cadeira de juiz federal. Foi Julier quem decretou a prisão de João Arcanjo Ribeiro, o comendador, que comandava o crime organizado em Mato Grosso. Sob sua decisão, empresários, políticos, empreiteiros, madeireiros e servidores públicos foram parar na cadeia. A última "martelada" foi a que levou à cadeia 11 figuras da chamada elite cuiabana, como o suplente de deputado Carlos Avalone, o ex-procurador-geral de Cuiabá José Antonio Rosa, o ex-prefeito Anildo Lima Barros e o empreiteiro Jorge Pires de Miranda.

   Eles foram acusados de fraudes nos processos licitatórios sobre obras do PAC. José Rosa recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e não só se livrou da cadeia uma semana depois, como conseguiu anular todo o processo. A partir daí, Julier passou a ser "bombardeado" de críticas, entre elas de que estaria agindo com perseguição para enfraquecer o PSDB para as eleições deste ano. O partido tem no prefeito cuiabano Wilson Santos a maior aposta na briga pelo Palácio Paiaguás.

   Perguntado sobre que partido deve se filiar, Julier ponderou que considera cedo essa discussão. Ele conta que tem recebido muitas manifestações de apoio, principalmente em Cuiabá. Disse que as pessoas que abordam-no incentivam sua candidatura, alegando que estão decepcionadas com os políticos tradicionais. "A população tem me cobrado (candidatura). As pessoas observam que o Estado precisa mudar as prioridades, as políticas públicas voltadas aos menos favorecidos". Com discurso de pré-candidato, Julier disse que é preciso investir mais em educação, tirar a saúde pública da situação preocupante em que se encontra e dar mais segurança ao cidadão. "Ouço manifestos nas ruas e isso tem me levado a pensar seriamente nessa questão de candidatura", enfatiza o juiz.